'Não é questão política, é jurídica', diz Temer sobre relatório da PF

Presidente não quis comentar os indícios encontrados pela Polícia Federal de que tenha havido crime de corrupção envolvendo seu nome

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Por Andrei Netto
Atualização:
Presidente Michel Temer chega nesta terça-feira, 20, a Moscou Foto: Sergei Chirikov/Estadão

MOSCOU - O presidente Michel Temer não quis comentar, nesta terça-feira, 20, em Moscou, a informação de que a Polícia Federal teria encontrado indícios de corrupção envolvendo seu nome. "Isso não é uma questão política, é uma questão jurídica. E eu não faço juízo jurídico", disse ele.

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A chegada de Temer na Rússia acontece um dia depois de a Polícia Federal apontar indícios de crime de corrupção passiva cometido por ele e por seu ex-assessor e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) no inquérito aberto com base na delação do empresário Joesley Batista, do Grupo J&F – controlador da JBS.

A decisão de manter a viagem, em meio à crise política, é uma tentativa de passar uma mensagem de normalidade dentro do governo. Temer tem uma agenda de quatro dias na Rússia e na Noruega, onde deve tratar sobre comércio, investimentos e cooperação. Enquanto na primeira parada a agenda será eminentemente econômica, na segunda ele deverá ouvir críticas a medidas aprovadas pelo Congresso Nacional que reduzem as áreas de preservação ambiental.

Durante encontro bilateral com o presidente da Câmara dos Deputados russa, Vyacheslav Volodin, Temer afirmou que faz um governo "semi-parlamentarista", mesmo que o Brasil seja presidencialista. "A importância do poder Legislativo se reflete na composição que eu fiz do poder Executivo. Cerca de 90% dos ministros que estão me ajudando a governar vieram do poder Legislativo, são deputados e senadores", disse o presidente. 

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