‘Não conversei com Renan sobre relatório nenhum’, diz Omar Aziz

Presidente da CPI diz que não há consenso sobre parecer que deve imputar crimes a Bolsonaro: ‘Não acho que tenha genocídio, tem que provar isso’, afirma

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD), afirmou, nesta sexta-feira, 15, que o relator, Renan Calheiros (MDB), não conversou com nenhum senador da comissão a respeito de suas conclusões no relatório final que imputa crimes ao presidente Jair Bolsonaro. “Eu acho deselegante estar vazando. Acho que faltou respeito, pelo menos ao G7. E então, não é legal”, disse Aziz ao Estadão.

O senador também diz discordar de parte do conteúdo que tem sido divulgado pelo senador Renan Calheiros (MDB) à imprensa. “Eu não acho que tenha genocídio, tem que se provar isso. E eu não tô aqui para fazer cavalo de batalha em relatório não. A gente vai votar aquilo que é correto. Ninguém vai votar absolutamente nada com estômago aqui não”.

O presidente daComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Omar Aziz Foto: Dida Sampaio/Estadão

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“Eu não presidi uma CPI seis meses para chegar o relatório e achar que o fígado vai me vencer. Eu não fui vencido nem nos calorosos debates, nem agora”, afirmou.

Aziz afirmou que não existe um consenso ou uma articulação entre os senadores em torno do relatório. “Eu não conversei com Renan sobre relatório nenhum. Aliás, ele não conversou com ninguém dos senadores. Nenhum desses crimes, eu não sei. Ele vai ter de dizer por quê”.

Em relatório, Renan vai imputar uma série de crimes que teriam sido cometidos durante a pandemia pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e pelo vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos). Ao presidente Jair Bolsonaro, Renan atribui 11 crimes – entre eles, crimes contra a humanidade, genocídio de indígenas, homicídio comissivo por omissão no enfrentamento da pandemia e crime de epidemia com resultado morte.

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