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Nabhan nega interesse em Agricultura: 'Tereza Cristina é mais competente'

Secretário de Assuntos Fundiários disse que é 'mentira' boato de que ministra deixaria governo e afasta especulações que pleiteia o cargo

Foto do author André Borges
Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA – Depois de semanas de especulações sobre a possibilidade de a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, desembarcar do governo de Jair Bolsonaro, fustigada pelos bolsonaristas e pelo suposto interesse do secretário de assuntos fundiários da pasta da Agricultura, Nabhan Garcia, em assumir o posto, Nabhan negou essa possibilidade. 

Ao Estadão, disse a saída de Tereza “é uma mentira” e que ele nunca atuou para comandar a pasta, porque vê em Tereza Cristina uma competência que ele mesmo não teria para tocar o comando do ministério.

Luiz Antonio Nabhan Garcia, secretário de Assuntos Fundiáriosdo governo federal Foto: GABRIELA BILO/ESTADÃO

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“Jamais cobicei o cargo da ministra Tereza. Nunca, não quero. Ela é, inclusive, muito mais competente do que eu para comandar o Ministério da Agricultura”, disse Nabhan, sem poupar elogios. “Tenho apreço pela ministra, tenho aprendido muito com ela. Ele está no cargo porque é a pessoa certa e competente para isso. É uma pessoa espetacular, reconhecida pelo trabalho que faz.”

Nabhan tem um acesso privilegiado a Bolsonaro que Tereza não desfruta. São amigos próximos. Nabhan visita a mãe de Bolsonaro. Ambos dividem as mesmas opiniões e postura de enfrentamento quando o assunto passa pelos direitos de indígenas, quilombolas e temas ligados ao meio ambiente. Na foto de perfil usada por Nabhan em seu WhatsApp, o ruralista aparece ao lado de Bolsonaro numa área rural, ambos com chapéu de palha.

Nabhan também nega interferir em nomeações do segundo escalão do Ministério da Agricultura. “Não tem essa história de nomeação de segundo escalão. Quem sou eu pra fazer isso? Não pedi nada, quem decide é a ministra Tereza Cristina. Ele é a pessoa certa e indicada para fazer isso”, disse Nabhan. “Se quiser, eu coloco isso assinado em papel. Tudo que andaram dizendo sobre eu assumir o ministério é mentira, é mentira. Nós já rimos disso juntos, eu, a ministra e o presidente Bolsonaro. Ficamos fazendo gozação sobre isso.”

Deputada do DEM pelo Mato Grosso do Sul, a ministra Tereza Cristina passou a ser alvo de bolsonaristas nas redes sociais após a saída conturbada de seu parceiro de legenda no governo, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Hoje, o maior alvo de Bolsonaro no País se chama Rodrigo Maia, presidente da Câmara que também é seu correligionário no DEM.

Não bastassem os constrangimentos partidários, Tereza ainda tem que lidar com o embaraço de ver ministros como o da Educação, Abraham Weintraub, criar cizânias diplomáticas com a China, maior parceiro do agronegócio no País, ao fazer piadas racistas com o país asiático. O embaraço de Cristina com o governo ficou evidente no discurso de Bolsonaro sobre a exoneração do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro. Durante a fala de Bolsonaro, Tereza permaneceu mais distante do grupo do ministro, com expressão fechada. De lá para cá, praticamente submergiu.

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