Na volta ao Senado, Marta diz que carta a Dilma é 'página virada'

Senadora retoma mandato nesta terça, após deixar o comando do Ministério da Cultura; na saída, petista fez críticas à política econômica do atual governo

Por Ricardo Brito
Atualização:

Brasília - A ex-ministra da Cultura Marta Suplicy afirmou nesta terça-feira, 18, no primeiro dia em que retornou ao mandato de senadora por São Paulo, que o desconforto no PT ao deixar o ministério é uma "página virada". "Gente, isso é página virada, estou entrando no Senado, não vou ficar falando dessas coisas", disse ela, em rápida entrevista após sair de uma visita ao gabinete do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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Marta disse estar "muito feliz" ao retornar ao Senado, considerada por ela sua "casa". Ela ficou no comando da Cultura entre setembro de 2012 até a semana passada, quando deixou o cargo com a divulgação de uma dura carta pública na qual cobrou para o novo mandato de Dilma Rousseff uma equipe econômica que "resgate a confiança e credibilidade" do governo. O gesto foi interpretado como uma sinalização de que a petista busca espaço para disputar as eleições pela Prefeitura de São Paulo em 2016.

A ex-ministra disse que iria preparar o seu discurso de retorno, que será feito em plenário a partir das 16 horas, e destacou que o Senado é a "grande casa de debates". Sem citar nominalmente Dilma e após dar uma pausa de cinco segundos, Marta disse: "Nós vamos aqui ter que defender (...) o governo brasileiro, o Brasil e a democracia, e é isso que eu venho com muito entusiasmo (a fazer)." Questionada se seu pronunciamento teria viés econômico, ela disse que será de "outro tipo".

Petrobrás. Marta afirmou que é "uma coisa positiva" o fato de que, no escândalo que envolve a Petrobrás, pela primeira vez não se julgar apenas os corruptos, mas também os corruptores. "Isso é um grande avanço para a democracia no Brasil", destacou.

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