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Na TV, Dilma diz que 'guerra psicológica' inibe investimentos

Presidente lembra manifestações de junho, pede para que brasileiro projete o futuro a partir das atuais conquistas e critica 'alguns setores' que podem 'instilar desconfiança injustificada'

Foto do author Adriana Fernandes
Por Ricardo Brito e Adriana Fernandes
Atualização:

BRASÍLIA - Na mensagem de fim de ano em cadeia de rádio e TV, a presidente Dilma Rousseff criticou "alguns setores" que fazem "guerra psicológica" e podem "inibir investimentos". Aproveitou para listar medidas de seu governo após as manifestações de junho e fez um apelo aos jovens para que comparem o Brasil de hoje com o do passado. "Se alguns setores, seja por que motivo for, instilarem desconfiança, especialmente desconfiança injustificada, isso é muito ruim. A guerra psicológica pode inibir investimentos e retardar iniciativas", disse a presidente, na fala de 10 minutos.

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No discurso, ela assegurou o compromisso na manutenção do equilíbrio das contas públicas e do controle da inflação, os pontos de fragilidade da gestão da política econômica.

A deterioração das contas públicas ao longo do ano foi um dos principais problemas que minaram a confiança dos investidores. A inflação, por sua vez, também permanece em patamares elevados e as projeções do Banco Central indicam que a presidente Dilma não conseguirá terminar o seu governo com o índice no centro da meta, de 4,5%.

"Sabemos o que é preciso para isso e nada nos fará sair desse rumo", disse. Mesmo com as críticas à política fiscal, a presidente disse que o governo teve uma "ação firme" nos gastos, garantindo a saúde fiscal. Numa resposta à oposição, ela também afirmou que o governo, mesmo enfrentando duras críticas com o que "não se preocupam com o bolso da população", reduziu impostos e diminuiu a conta de luz.

Numa respostas às criticas de que dialoga pouco com o setor produtivo, Dilma disse que está disposta a ouvi-los "em tudo o que for importante para o Brasil". Segundo ela, o caminho mais rápido para todos saírem ganhando é "apostar no Brasil". Ela se defendeu, indiretamente, do baixo ritmo do Produto Interno Bruto no seu governo e disse que sempre haverá algo para "fazer", "retocar" e "corrigir".

No pronunciamento, a presidente listou uma série de realizações da sua gestão. Frisou a "luta vigorosa" em defesa do emprego e da valorização salarial do trabalhador. Disse que o país alcançou o "menor índice de desemprego da história", com as menores taxas mundiais.

 

Padrão de vida. No ambiente de incertezas para a economia em 2014, ano eleitoral, a presidente procurou passar uma mensagem de otimismo.

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Ela disse que há motivos para esperar o próximo ano melhor que o de 2013, que a vida do brasileiro vai continuar melhorando, sem risco de desemprego, pagando suas prestações em dia e em condições de abrir sua empresa ou ampliar seu próprio negócio. E frisou que faz a parte dela.

"É para isso que você pega duro no batente todos os dias. É para que o seu esforço traga resultados ainda mais rápidos que cobro todos os minutos um bom desempenho do meu governo." Mesmo ignorando os protestos de rua que tomaram conta do país a partir do meio do ano, Dilma Rousseff focou parte do seu pronunciamento nos jovens. Segundo a presidente, eles sabem o quanto o "padrão de vida" melhorou em comparação ao que tinham na infância e ao que os seus pais tinham na mesma idade. "Usem esta fotografia do presente e do passado recente como pano de fundo para projetar o futuro. Esta é a melhor bússola para navegar neste novo Brasil", destacou.

No discurso, a presidente listou as principais ações do seu governo em várias áreas. Na educação, Dilma disse que tem feito um esforço "redobrado" para aumentar o número de creches, vagas em escola integral e em universidades, com a ampliação também de bolsas para estudo no exterior pelo programa Brasil Sem Fronteiras. Ela disse que a exploração do pré-sal vai garantir um "grande futuro" ao país com "fabulosos" recursos a serem destinados para a educação e a saúde.

Na área de habitação, Dilma Rousseff chamou o programa Minha Casa, Minha Vida de o "mais exitoso" do gênero no mundo e, no combate à pobreza, destacou o reforço ao Brasil sem Miséria, de repasse de recursos a populações carentes. Ela disse ainda que foi ampliada a luta para melhorar a infraestrutura com parcerias "ampla, justa e moderna" ao setor privado com o programa de concessões para estradas, portos e aeroportos.

Dilma afirmou que o programa Mais Médicos foi um "um dos destaques".

"Hoje já temos 6.658 novos médicos em 2.177 cidades beneficiando cerca de 23 milhões de pessoas. Em março serão 13 mil médicos e mais 45 milhões de brasileiros e brasileiras beneficiados", projetou.

Na fala, no ano em que colegas da antiga cúpula do seu partido, o PT, cumprem pena por prisão por condenações no mensalão, Dilma citou o combate à corrupção sem se alongar. Disse apenas que não abre mão, "em nenhum momento", de apoiar o combate à prática "em todos os níveis".

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"Exatamente por isso, nunca no Brasil se investigou e se puniu tanto o malfeito", afirmou.

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