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Na ruas do Rio, Alencar conta o que viu na sessão

Por Marcelo Auler
Atualização:

Ao relatar ontem, no início da tarde, no centro do Rio, o que assistiu na sessão secreta que absolveu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse ter se impressionado com o fato de que, dos únicos 19 senadores que usaram da palavra naquele dia, nada menos do que 15 terem sido a favor da cassação. A maioria - 62 senadores - permaneceu calada toda a sessão. Na conversa que costuma manter todas as sextas-feiras no lugar conhecido como Buraco do Lume, em uma das mais movimentadas esquinas do centro carioca, Alencar deixou claro não ter dúvidas de que o presidente Lula atuou a favor de Renan. "O Lula lá na Dinamarca, há algo de podre no reino do Brasil. Mas operando fortemente pela defesa do Renan. O PT trabalhou para defender o Renan e o esquema. O Mercadante - para mim foi surpresa - também", disse, referindo-se ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Alencar também acusou o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) de fazer defesa política, apesar de dizer que faria "defesa técnica". Segundo o deputado do PSOL, Dornelles começou admitindo que senadores podem burlar o fisco. "Ele falou que não há provas e que, no máximo, se houve algum crime, foi um crime tributário e fiscal, que qualquer um daqui pode cometer. Se a gente cassar o Renan por causa disso é um precedente perigoso. Depois disso, fez uma advertência fortemente política." Segundo Alencar, Dornelles admitiu a pressão popular , mas lembrou que "esses que querem cassar o Renan amanhã vão querer reestatizar a Vale do Rio Doce e desapropriar terras para a reforma agrária".

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