Na reta final, CPI dos Correios entra em crise

O deputado ACM Neto desistiu de entregar seu relatório após o relator da CPI dos Correios designar o petista Maurício Rands para analisar as reivindicações dos fundos privados

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Por Agencia Estado
Atualização:

A CPI dos Correios entrou em crise na reta final de seus trabalhos. A cinco dias da data marcada para a apresentação do relatório final da CPI, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) desistiu de entregar ao relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), documento que aponta irregularidades nas transações financeiras de 12 fundos de pensão ligados a empresas estatais. O motivo da irritação de ACM Neto foi a delegação dada por Serraglio ao relator adjunto da CPI, o petista Maurício Rands (PE), para analisar e intermediar as reivindicações e mudanças que estão sendo pleiteadas pelas entidades de previdência privada. Bedel "Os fundos fizeram várias contestações ao meu relatório, que ainda nem foi entregue. O Osmar (Serraglio) tinha que ter me chamado e mostrado os argumentos deles. Mas não: decidiu repassar para o Maurício Rands, que não tem base nenhuma para cuidar de fundos de pensão. Preciso de um bedel?", disse. ACM Neto embarcou para Salvador levando o relatório de 449 páginas sobre fundos de pensão debaixo do braço. "Não aceito me submeter ao crivo de outro parlamentar. A atitude do Osmar foi, no mínimo, pouco cuidadosa", afirmou o pefelista. O relator tentou pôr panos quentes na crise aberta com ACM Neto. Explicou que se encontrou com representantes de três fundos de pensão (Petros, Funcef e Previ), a pedido do ex-ministro da Previdência e atual presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP). Inadmissível "O Rands entrou na reunião que estava tendo com fundos de pensão e aí eu pedi para que ele fizesse o confronto dos dados dos fundos com os da CPI. Foi só isso. Deixei inclusive bem claro aos fundos, que ninguém teria acesso ao relatório do deputado ACM Neto", disse Osmar Serraglio. A data prevista para a entrega do relatório final é dia 21, próxima terça-feira. Mas integrantes da cúpula da CPI dos Correios admitem que a apresentação do texto final deverá atrasar por, pelo menos, dois dias, ficando para o dia 23. "É inadmissível que marquemos a leitura do relatório da Comissão para qualquer data posterior ao dia 23. Esse é o prazo máximo para que não haja comprometimento do cronograma", argumentou ACM Neto. A CPI dos Correios está prevista para terminar dia 10 de abril.

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