Na ONU, ministro critica muros em favelas do Rio

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Por AE
Atualização:

O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, criticou ontem, em Genebra, na Suíça, a construção de muros nas favelas do Rio de Janeiro e afirmou que ?sociedades democráticas não erguem muros?. Na quarta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) questionou o governo brasileiro em relação à construção dos muros. ?A ideia do muro é de segregação, criando enclaves humanos?, afirmou o ministro.O governo do Rio de Janeiro informou que o projeto será mantido e que o objetivo é impedir que as favelas avancem sobre a mata. No entanto, o governador Sérgio Cabral (PMDB) não quis comentar as declarações de Vannuchi. Ele também decidiu que nenhuma autoridade do governo faria comentários sobre o tema. Já o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PMDB), sugeriu que o ministro se informe melhor sobre o assunto. ?Acho importante o ministro saber mais sobre o projeto antes de falar qualquer coisa?, disse. Paes é um defensor da construção dos muros, feita pelo governo do Estado, como uma forma de proteger o meio ambiente e conter o crescimento das favelas.A decisão de construir muros em 13 comunidades na zona sul da cidade para impedir o crescimento das favelas criou polêmica desde que foi anunciada neste ano. Serão construídos muros de concreto de três metros de altura, num total de 14 quilômetros. O projeto vai consumir R$ 40 milhões. Ontem, o perito responsável pela questão, Alvaro Mejia, na ONU, voltou a alertar sobre o assunto. ?O muro no Rio de Janeiro é simbólico. É um sinal de tudo o que está ocorrendo no Brasil e na América Latina relacionado a problemas sociais profundos. Não podemos deixar isso ocorrer.?Vannuchi explicou que o tema é alvo de discussões no País e deixou claro que não se tratava de uma obra do governo federal, mas de uma iniciativa estadual. Segundo ele, três aspectos foram considerados na construção dos muros: o crime organizado, razões ambientais e a proteção de encostas para evitar deslizamentos. Apesar das críticas, ele destacou que a questão de proteção de matas deve ser considerada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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