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Na luta contra o impeachment, Lula se reunirá com senadores em Brasília

Ex-presidente vai conversar com senadores sobre a polêmica proposta de um plebiscito para consultar a população a respeito de novas eleições presidenciais

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Foto do author Vera Rosa
Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcará nesta quarta-feira em Brasília para assumir as articulações políticas contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Lula vai jantar com senadores que apoiaram Dilma e com outros que ainda têm dúvidas sobre o processo. Embora ele considere remota a chance de Dilma voltar, a ideia é fazer um movimento para dificultar a vida do presidente em exercício Michel Temer, assumir erros do governo, apresentar propostas e não passar a imagem de que o PT entregou os pontos.

Lula vai conversar com senadores sobre a polêmica proposta de um plebiscito para consultar a população a respeito de novas eleições presidenciais. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Sem Terra (MST) são contra, mas senadores como Roberto Requião (PMDB-PR) já disseram a Dilma que ela precisa fazer um gesto para obter apoio porque, mesmo se conseguir retornar ao cargo, não terá condições de governabilidade.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Fernando Bezerra|Efe

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“A solução para toda essa crise seria uma nova eleição, mas para isso é preciso antes haver um plebiscito. Sou favorável a isso, mas acho muito difícil que se consiga aprovar essa proposta”, afirmou o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), um dos que devem se encontrar com Lula hoje. Cristovam votou pela abertura do processo de impeachment contra Dilma, no dia 12 de maio.

A cúpula do PT quer que a presidente afastada escreva uma espécie de Carta aos Brasileiros, para dizer à sociedade o que pretende fazer se conseguir superar o impeachment. Pede, ainda, que ela se comprometa com mudanças na política econômica. Em conversas reservadas, dirigentes, senadores e deputados do PT não escondem o desânimo com a situação, a sucessão de denúncias contra o partido e a “apatia” da presidente afastada. Avaliam que é necessário construir com urgência uma narrativa mais robusta contra o que chamam de “golpe”. 

Até agora, os petistas não conseguiram virar nenhum voto no Senado. Continuam com os mesmos 22. Para aprovar o impeachment, são necessários 54 dos 81 votos de senadores (dois terços) e Temer se aproxima cada vez mais dos indecisos.

Nos próximos dias, Lula pretende retomar as viagens pelo Nordeste, onde Temer enfrenta dificuldades. Apesar de abatido, o ex-presidente lutará pela sobrevivência do PT, e dele próprio, neste ano de eleições municipais.

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