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Na Índia, Lula defende nova "geografia comercial"

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de 23 horas de viagem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou hoje à Nova Délhi para uma visita oficial de quatro dias disposto a construir uma força política capaz de mudar o que chamou de "geografia comercial" do mundo. Ao afirmar que de nada adianta o Brasil e a Índia ficarem de braços cruzados esperando as nações ricas resolverem os seus problemas, Lula disse que o grupo de países em desenvolvimento, batizado de G-20, deve fincar em junho as estacas de um novo sistema de preferências comerciais. A data é uma referência à 11ª reunião da Unctad, organismo das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento, que será em São Paulo. Em encontro a portas fechadas com o primeiro-ministro da Índia, Atal Bijari Vajpayee, Lula falou da importância de fortalecer o G-20. Pouco antes, ao lado do premiê participou da cerimônia de assinatura de seis acordos, um deles da Índia com o Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. "Devemos aproveitar a 11ª Unctad para lançarmos as negociações do sistema geral de preferências comerciais", disse."Será este, possivelmente, o primeiro passo para a criação de uma área de livre comércio entre os países do grupo, aberta a outros países em desenvolvimento." Para o presidente, é preciso derrubar os "injustificáveis subsídios com que os países ricos distorcem a economia agrícola do mundo". Fome Mais tarde, em jantar oferecido pelo presidente da Índia, Abdul Kalam, no elegante Palácio Rashtrapati Bhawan, Lula destacou que, na lista das parcerias, nenhuma é mais importante do que o combate à fome. O presidente brasileiro lembrou que a criação do G-3, integrado por Brasil, Índia e África do Sul, atraiu a atenção de políticos dos mais variados quadrantes porque pretende desenhar novos paradigmas de desenvolvimento. "Mas em nenhum outro campo essa cooperação é mais urgente e necessária do que no combate à fome e à extrema pobreza", disse.

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