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Na Globo, Marta atacará caráter de Kassab, que vai reagir com mensalão

Em debate hoje, tática da petista é associar adversário a Pitta e Maluf, enquanto prefeito vende imagem ?alto-astral?

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Por João Domingos , Clarissa Oliveira e Ricardo Brandt
Atualização:

Os candidatos a prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT), têm estratégias diferentes para o debate de hoje à noite, na TV Globo, na última oportunidade de usar a televisão para conquistar votos do eleitor para o segundo turno da eleição, no domingo. Kassab promete "confiança e alto-astral"; Marta, ataques, mas com o cuidado de não passar para o eleitor uma imagem arrogante. Blog ao vivo: repórter Gabriel Manzano Filho analisa debate Gráficos das pesquisas Ibope/Estado/ TV Globo a href=''http://www.estadao.com.br/nacional/eleicoes2008/euprometo/compara.php?ufx=SP&cid3=71072&ca1=1197&ca2=608&x=24&y=13'' target=_blank>Veja as principais promessas dos candidatos a href=''http://www.estadao.com.br/interatividade/Multimidia/ShowAudios.action?destaque.idGuidSelect=A797E034C4934460B9AEE6D9585A8A35'' target=_blank>Cientista político comenta a reta final da disputa A idéia, de acordo com aliados da ex-ministra, é investir novamente na tese de que Kassab diz uma coisa na propaganda eleitoral gratuita e faz outra na administração municipal. A base desse plano continuará sendo a associação entre Kassab, o ex-prefeito Celso Pitta e o hoje deputado Paulo Maluf (PP). Kassab promete reagir. É Marta falar de Pitta e ouvir como resposta a palavra "mensalão", referência ao maior escândalo do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, informaram assessores do prefeito. De acordo com a CPI dos Correios, de 2005, o PT pagava mensalidade a parlamentares de partidos aliados para que votassem projetos de interesse do Palácio do Planalto. O episódio ficou conhecido por mensalão. Nos dois últimos debates, Kassab associou Marta a petistas que estiveram envolvidos no escândalo, como o ex-tesoureiro Delúbio Soares e o ex-secretário-geral do partido Silvio Pereira. O prefeito afirmou ainda que foi em São Paulo que ocorreu o episódio dos "dólares na cueca", quando um assessor do hoje deputado José Guimarães (CE) foi preso com moeda americana escondida na cueca. Guimarães é irmão de José Genoino (SP), então presidente do PT. Como está muito à frente na preferência dos eleitores - 18 pontos, segundo o Datafolha, e 17, segundo o Ibope, ambos divulgados no dia 22 - o prefeito acredita que sua estratégia de atacar menos do que Marta tem dado certo. Por isso, ele só fará contra-ataques mais fortes se for agredido. Os dois, no entanto, não deixarão de lado as cobranças. Kassab vai explorar novamente um dos pontos considerados por sua campanha como o mais vulnerável de sua adversária, a instituição de taxas de lixo e iluminação pública na administração petista. De acordo com pesquisas internas feitas pelo DEM, a criação de tributos é o tema mais verbalizado pelos entrevistados quando o assunto é a rejeição à ex-prefeita. PROVOCAÇÕES Já Marta tentará fazer provocações a Kassab, sem alterar o tom de voz e sem os conhecidos "chiliques", em que costuma passar pitos no adversário. Pretende pedir ao eleitor que compare sua ética e sua moral com a de Kassab. Dirá que o prefeito não fala por si, porque é a voz que resta ao PFL, "que o Brasil varreu do mapa e insiste em tentar uma sobrevida em São Paulo". As duas coordenações de campanha afirmaram que o formato do debate da TV Globo pode favorecer um clima menos hostil entre os contendores. O debate será dividido em cinco partes. Em duas delas, o tema será definido por sorteio, para que cada um fale sobre educação, saúde, segurança, meio ambiente, habitação, trânsito, saneamento básico, relação com o governo federal, corrupção, creches e escassez de recursos para administrar. Um candidato pergunta, o outro responde, com direito a réplica e tréplica. Em outros dois blocos o tema será livre. Haverá pergunta, resposta, réplica e tréplica, do mesmo jeito. Nestes, o debate pode desandar, porque é aí que os candidatos costumam partir para o ataque. Marta, por exemplo, pretende insistir em dizer que Kassab não tem ética nem moral. O prefeito, por sua vez, quer apontar as deficiências da gestão Marta como forma de apresentar suas realizações de governo. Se o debate desandar para os ataques, os dois lados reservaram artilharia pesada. Kassab, por exemplo, afirmará que Marta deixou a prefeitura quebrada, que aplicou menos da metade do que ele gastou em saúde, que havia fraude nas catracas dos ônibus do sistema de bilhete único e que a ex-prefeita sempre tentou partidarizar a eleição, esquecendo-se da cidade. A seu favor, dirá que é aliado do governo do Estado. Marta guarda como arma o argumento de que o prefeito nunca fez uma licitação para obras, que prometeu 25 CEUs e só fez 14, que "privatizará" o transporte coletivo e cobrará pedágio nas ruas. Dirá que é aliada de Lula, o que favorecerá as obras na cidade. O debate da TV Globo terá início às 22 horas e será encerrado à meia-noite, com as considerações finais de cada candidato. O programa será ancorado pelo apresentador Chico Pinheiro. EU VOTO EM... KASSAB Marcelo Fonseca Diretor teatral "A cidade está melhor, ele merece uma chance. Aproveito para pedir ao Kassab um mecanismo de apoio financeiro para a produção teatral independente" MARTA Regina Galdino Diretora teatral "Marta fez uma excelente gestão. Principalmente na periferia, aumentando a qualidade de vida lá. Fez uma verdadeira revolução cultural com os CEUs"

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