Na festa do PT, Tarso põe panos quentes na briga com Dirceu

Discussões sobre mensagem ao partido não são contenda individual, diz ministro

Por Agencia Estado
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Um dia depois de o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu ter dito que "ninguém vai fazer haraquiri no PT", em uma crítica direta à proposta de refundação entoada pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, a temperatura da crise no partido subiu. "O debate político não exige o suicídio de posições de ninguém", disse Tarso, numa referência ao ritual japonês. "Eu nunca fui liderado por José Dirceu". Na festa dos 27 anos do PT, comemorados nesta sexta-feira, Tarso procurou pôr panos quentes na briga que teve com Dirceu. "Falar em guerra com o ex-ministro é uma tentativa de desqualificar posições e vulgarizar questões de fundo. Isso não pode ser tratado como uma contenda individual", protestou. O grupo liderado por Tarso lança oficialmente nesta sexta o documento "Mensagem ao Partido", com críticas à hegemonia do Campo Majoritário, que, segundo o manifesto, foi o responsável pela sucessão de crises na seara petista. O Campo Majoritário é chamado no texto apenas de "núcleo dirigente". Exasperado com as críticas, Dirceu acabou obrigando o time de Tarso a recuar. Foram retiradas da mensagem expressões como "corrupção ética e programática" do PT e "refundação". Tarso disse não ter sido ele o responsável pela inclusão no texto da referência à corrupção ética e programática e muito menos por sua retirada. Quanto ao termo "refundação" - sua marca registrada -, o ministro disse que a supressão da palavra é uma coisa "totalmente secundária". "As posições do nosso documento não ficaram prejudicadas por causa da retirada dessa palavra". Anistia Questionado sobre a proposta de anistia política para Dirceu, Tarso preferiu o silêncio. "Eu não posso me manifestar porque minha posição se confunde com a posição de governo", declarou. Na noite de quinta-feira, a Juventude do PT lançou informalmente a campanha de anistia para Dirceu. "Eu acho que Dirceu e Tarso deveriam parar de falar porque isso ajudaria mais o PT", concluiu Valdemir Garreta, integrante da Executiva Nacional petista.

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