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Na contagem do TSE, faltam 50 mil apoios para a Rede

Por ERICH DECAT E EDUARDO BRESCIANI
Atualização:

Contagem oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluída na tarde desta segunda-feira, 30, considerou como válidas 442.524 assinaturas para a criação do partido Rede. O número não é suficiente para tirar a legenda do papel a tempo de disputar as próximas eleições de 2014. De acordo com a Lei Eleitoral são necessárias no mínimo 492 mil apoiamentos. Segundo o advogado da Rede, Torquato Jardim, foram protocoladas aproximadamente 460 mil assinaturas certificadas até sexta-feira, 27. Algumas delas foram descartadas porque estariam duplicadas. O prazo para criação de partido e filiação para quem deseja disputar as eleições de 2014 termina no próximo sábado, dia 5.Idealizada pela ex-senadora Marina Silva, a Rede segundo alguns integrantes da Justiça Eleitoral ouvidos pelo Grupo Estado, vai precisar de muita "criatividade jurídica" para conseguir chegar ao total das assinaturas exigidas.A expectativa de Marina Silva, possível candidata à Presidência no próximo ano, é que os ministros do TSE considerem como válidas cerca de 95 mil apoiamentos que foram rejeitados pelos cartórios eleitorais sem justificativa.A previsão é que o processo de registro entre no plenário da Corte Eleitoral apenas nesta quinta-feira, 3. O voto da relatora, ministra Laurita Vaz, deve ser elaborado na véspera após o recebimento de um parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE) a favor ou contra o deferimento do registro da Rede.Para o advogado da Rede, Torquato Jardim, a redução do número de assinaturas certificadas é pequena e não altera o principal argumento."Nossa conta continua a mesma, aceitando o que foi rejeitado sem justificativa ultrapassamos com folga o número exigido", diz. Jardim também demonstra otimismo em relação ao entendimento que os ministros darão para o caso. "Vai ser aos 45 do segundo tempo, mas o importante é que dá para ganhar", afirma. O advogado observa, entretanto, que o calendário apertado pode prejudicar apenas deputados que desejam se filiar, que precisarão contar com a boa vontade de seus partidos de origem para conseguir fazer a desfiliação e a adesão à Rede no prazo limite para disputar as próximas eleições.O deputado Walter Feldman (PSDB-SP) afirma que o grupo atuante na fundação do partido não cogita aderir a outra legenda caso a tentativa naufrague. Observa que o discurso por trás da Rede é justamente da necessidade de uma agremiação diferente, o que dificultaria uma adesão a outro projeto.Dentro da estratégia de pressão sobre o TSE, a Rede convocou uma manifestação para a tarde de hoje na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Será feita ainda uma ação no Twitter com a hashtag #EuAssinei para mostrar a adesão ao partido.

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