
30 de julho de 2011 | 16h00
Jornais e canais de TV argentinos têm enfrentado escuta telefônica de jornalistas, corte da publicidade oficial nos meios de comunicação não alinhados ao governo, piquetes de sindicatos aliados de Cristina Kirchner nas portas das gráficas dos jornais para impedir a saída de exemplares, além de blitze injustificadas da Afip, a Receita Federal argentina.
Veja também:
A longa luta pelo direito de informar
Entenda a batalha judicial do 'Estado'
'Censura judicial é fenômeno crescente', diz advogado do 'estado'
'Não há liberdade de imprensa pela metade', diz Ayres Britto
'Censura togada' bloqueia o interesse público
Artigo: O desejo de censura
Em dois anos, 17 casos de censura judicial no País
Artigo: O desafio da censura na América Latina
Entre todos os meios de comunicação não alinhados, o governo Kirchner escolheu como principal alvo o jornal Clarín, que entre 2003 e 2008 havia sido seu aliado. Segundo o governo, o jornal, com ruralistas e empresários, está por trás de suposta "tentativa" de golpe de Estado.
Nestor Kirchner – considerado até sua morte, em outubro passado, o verdadeiro poder no governo da mulher – desencadeou uma campanha para convencer a opinião pública de que a dona do jornal, Ernestina Herrera de Noble, era protagonista do sequestro de bebês de desaparecidos da ditadura. Seus filhos adotivos, Marcela e Felipe, segundo o governo, eram filhos de casais torturados e assassinados pelo regime militar. Exames de DNA, no entanto, finalmente comprovaram que os irmãos Nobles – nascidos oficialmente entre março e julho de 1976 – não são os bebês sequestrados.
Enquanto os meios de comunicação críticos sofrem pressões, aliados de Cristina Kirchner começaram a comprar canais de TV, jornais e rádios. A oposição diz que o governo está fortalecendo sua própria estrutura de comunicação com empresários aliados.
Encontrou algum erro? Entre em contato