Murici festeja aniversário de Renan, mas ele não aparece

Por AE
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Primeiro apareceu um grupo de quase 200 pessoas, em carros e ônibus, com faixas, cartazes e um alto-falante gritando palavras de ordem contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). A caravana circulou pelas ruas e pela praça central da cidade alagoana de Murici, fez barulho e foi embora. Meia hora depois, outra caravana, bem maior, com cerca de 400 pessoas, ocupou as mesmas ruas e a praça Padre Cícero - esta era comandada por amigos do filho de Renan, o prefeito Renan Filho, e suas faixas comemoravam a absolvição obtida na quarta-feira no Senado pelo filho ilustre da cidade. Renan Filho circulou de carro pelo lugar e acenou para os aliados. A ordem deste grupo de aliados era aguardar Renan para começar uma grande festa, com foguetório, para marcar o dia de seu 52º aniversário. Mas ele não apareceu, e o dia em que a pequena Murici entraria no noticiário nacional terminou em anticlímax. Era o que Renan mais queria. Na véspera, ele chegou a deixar ordens para o filho e outros aliados: o importante era evitar confrontos e provocações. Ele próprio tratou de se esconder. No dia anterior circulou normalmente por Maceió, mas ontem fugiu da vista até mesmo de amigos mais próximos. Em Murici, não foi visto na casa de nenhum parente. Canais de televisão foram até sua fazenda, a uns 15 quilômetros da cidade, e não o encontraram. No final da noite dizia-se que ele teria ficado em Maceió mesmo, possivelmente na casa do vice-governador alagoano, o seu grande amigo cardiologista Wanderley Neto, também do PMDB. ?O Renan ajudou muito Alagoas, com aprovação de obras importantes. Não seria interessante para um Estado pobre como o nosso se ele perdesse o mandato?, afirmou Jarbas Omena, que é do PSDB e é prefeito da vizinha cidade de Messias. Entre os romeiros havia alguns familiares do prefeito, como a avó Maria José e a tia Nadir. ?Nós rezamos por ele e pedimos ao Padre Cícero que o ajudasse. Graças a Deus e ao padrinho Padre Cícero ele foi inocentado?, afirmou Naira Larissa, que estava entre os romeiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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