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Mundo terá mais 5 milhões de desempregados neste ano, diz OIT

Na América Latina, taxa de 8,5% é acima da média mundial de 6,1%.

Por Da BBC Brasil
Atualização:

O desemprego deve aumentar em 5 milhões de pessoas em todo o mundo em 2008, mesmo com a criação de cerca de 40 milhões de novas vagas, e o nível de desemprego no mundo deve aumentar de 6% para 6,1%. A previsão é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), no relatório Tendências Mundiais de Emprego 2008, divulgado nesta quarta-feira. O relatório afirma que a desaceleração do crescimento nas economias industrializadas, por causa da crise do crédito nos Estados Unidos, tem sido compensada pelo crescimento acelerado em outras partes do mundo, especialmente na Ásia, mas alerta que o aprofundamento da crise pode aumentar o desemprego. "O cenário do mercado de trabalho internacional está marcado pelos contrastes e pela incerteza", disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. Taxa estável No ano passado, foram criados 45 milhões de novos postos, mas a taxa de desemprego se manteve praticamente estável por causa do aumento da população. Na América Latina, a taxa de desemprego permaneceu estável em 8,5% em 2007, em relação ao ano anterior. O índice é superior aos 8% de dez anos atrás e menor ao observado há cinco anos, de 8,9%. A melhora, de acordo com a OIT, deve-se ao crescimento econômico da região nos últimos anos. O emprego vulnerável aumentou na América Latina, passando de 31,4% do total em 1997 para 33,2% no ano passado. Essa é a única região do mundo onde essa proporção aumentou. De acordo com o relatório, os números indicam que os postos de trabalho no setor de serviços, onde atua a maioria dos trabalhadores da região, são inseguros, provavelmente mal remunerados e têm condições insatisfatórias. Pobreza O relatório também afirma que quatro em cada dez trabalhadores são pobres. A OIT estima que 487 milhões de trabalhadores, o equivalente a 16,4% do total, estão em famílias que ganham menos do que um dólar por dia por pessoa, abaixo da linha da pobreza. O total de trabalhadores em família com renda inferior a US$ 2 per capita soma 1,3 bilhão, o equivalente a 43,5% do total. "Para reduzir o número de desempregos e de trabalhadores pobres no longo prazo é indispensável que nos períodos de alto crescimento (econômico) se adotem medidas para criar mais empregos produtivos e trabalho decente", afirma o relatório. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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