PUBLICIDADE

Mulheres ocupam INSS e prefeitura no interior do PE

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 1,2 mil mulheres trabalhadoras rurais ocuparam nesta quinta-feira pela manhã as sedes do INSS nos municípios de Nazaré da Mata (zona da mata) e Garanhuns (agreste) para protestar contra a burocracia do órgão, que dificulta a concessão de aposentadoria às agricultoras. Outras 370 mulheres que integram acampamentos da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Sertânia, no sertão, ocuparam a sede da prefeitura local reivindicando acesso a programas sociais do governo federal e pedindo agilidade na reforma agrária. As manifestações, todas organizadas pela CPT, foram uma preparação para um ato conjunto de mulheres ligadas a essa entidade e ao Movimento dos Sem-Terra (MST), que nesta sexta-feira pretendem ocupar a sede do Incra, no Recife, como pressão por reforma agrária imediata e extinção do decreto-lei que impede vistoria em áreas ocupadas por trabalhadores. Dentro das comemorações do dia internacional da mulher, a Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado (Fetape) fazem um café da manhã na sua sede e à tarde, trabalhadoras do campo e da cidade assistem a uma palestra sobre a mulher e o mercado de trabalho, elaborada pela CUT, na Câmara de Vereadores do Recife. Depois saem em passeata pelas ruas centrais da cidade. A coordenadora da CPT, Marluce Melo, afirmou que 60 dias de governo ainda é pouco tempo, mas lembrou que para as mulheres que sofrem dificuldades e carências no seu dia-a-dia cresce a expectativa de mudança. ?Elas querem um sinal de que o governo Lula vai realmente fazer diferente?, afirmou. A intenção das trabalhadoras é deixar a sede do Incra no final da manhã, mas desde que se obtenha alguma resposta de Brasília, um alento para os sem-terra que aguardam a possibilidade de ter um pedaço de chão para plantar e sobreviver. Caso isso não ocorra, as mulheres poderão permanecer na sede do órgão por tempo indeterminado. Em homenagem às suas companheiras, os homens é que vão cozinhar o almoço para elas. Em Nazaré da Mata e em Garanhuns, as trabalhadoras entregaram um documento a ser encaminhado à direção do INSS em que afirmam que muitas agricultoras ? que podem se aposentar aos 55 anos - chegam aos 63 anos sem conseguir aposentadoria devido à excessiva burocracia e ao preconceito do INSS em relação às trabalhadoras rurais. Marluce Melo frisou que durante a campanha o presidente Lula dizia que bastava um trabalhador rural mostrar a sua mão para provar que era um trabalhador rural. ?Agora queremos que ele cumpra a palavra e acabe com a burocracia?, disse ela.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.