BRASÍLIA - A assinatura da jornalista Cláudia Cruz, mulher do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aparece no registro de uma conta bancária denominada Kopek, aberta no dia 20 de janeiro de 2008 no Banco Julius Bär, antigo Merryl Lynch Bank, em Genebra, na Suíça. A jornalista utilizou seu passaporte para abrir a conta.
Documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça à Procuradoria-Geral da República (PGR) mostram que Danielle Dytz da Cunha, filha do peemedebista, aparece como beneficiária da conta. O passaporte da publicitária também consta da lista de documentos repassados. De acordo com as investigações, Danielle foi incluída como beneficiária porque Cláudia queria disponibilizar cartão de crédito para a enteada.
As investigações mostraram que cerca de US$ 1 milhão dessa conta foram utilizados para pagar, além de faturas de cartão de crédito, cursos no exterior e aulas de tênis.
De acordo com análise da PGR, documentos e extratos bancários recebidos das autoridades estrangeiras revelaram que, além da Kopek, as contas Triumph SP, Orion SP e Netherton Investments LTD “pertencem efetivamente a Eduardo Cosentino da Cunha e sua esposa Cláudia Cordeiro Cruz”.
Segundo a PGR, “a Triumph e a Orion são as principais contas. A Kopek é a conta destinada a pagar cartões de crédito do deputado e sua esposa, e a conta Netherton foi aberta para um novo negócio que deverá aportar novos recursos ao banco quando os ‘negócios em energia’ evoluírem”.
Eduardo Cunha tem negado reiteradamente ter contas na Suíça. O advogado do presidente da Câmara, Antonio Fernando de Souza, não atendeu as ligações da reportagem.
