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Mulher chefia 25% das famílias brasileiras

Por Agencia Estado
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As mulheres estão, ano a ano, aumentando sua participação no mercado de trabalho brasileiro, mas os rendimentos, a qualidade da ocupação e as taxas de desemprego ainda as colocam em posição desfavorável quando comparada à situação masculina. A conclusão é de um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) sobre o mercado de trabalho feminino, realizado especialmente para o Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado nesta quinta-feira. 32,8 milhões no mercado O estudo, feito com base em dados de seis regiões metropolitanas, indica que, em 1999, 32,8 milhões de mulheres estavam no mercado de trabalho brasileiro, o que representou 41,4% da População Economicamente Ativa (PEA), com elevação de 0,78% em relação a 1998. No início dos anos 80, elas representavam 31,3% da PEA, número que saltou para 35,5% em 1990. 17% são domésticas A maioria das trabalhadoras (44%) é assalariada, e 17% delas estão no emprego doméstico. Outro volume expressivo de mulheres (20%) está em atividades agrícolas; 13,5% no comércio; 29,4% na prestação de serviços; e 17,4% nas atividades sociais. Apenas 9% estão nas indústrias, onde em geral as colocações são de melhor qualidade. Entre os homens, o porcentual na indústria é de 27%. Mulher gaúcha ganha mais Com relação aos rendimentos, a situação não está melhor. Em média, as mulheres recebem aproximadamente 64% do que ganham os homens nas mesmas colocações. A melhor situação é da mulher gaúcha, que consegue um salário equivalente a 70% do ganho masculino. A pior é da mineira: 60,5%. Das que trabalham na indústria, 69% recebem até três salários mínimos, contra 45% dos homens. A situação do rendimento torna-se mais grave quando se leva em conta que 25% das famílias brasileiras são chefiadas e sustentadas por mulheres. Instrução feminina é maior A maior inserção das mulheres no mercado de trabalho tem sido explicada também pelo aumento das exigências dos empregadores com relação ao nível de escolaridade. Neste embate, as mulheres, que têm maior grau de instrução, levam vantagem. Em 1999, enquanto 35% tinham mais de oito anos de estudo, apenas 32% dos homens estavam nesta situação. Desemprego atinge mais a mulher Mesmo assim, as taxas de desemprego ainda refletem as diferenças. Nas principais regiões metropolitanas pesquisadas, o desemprego é cerca de cinco pontos porcentuais maior que o dos homens. Em São Paulo, por exemplo, a taxa em 2000 foi de 20,9% para mulheres e de 15% para os homens. O estudo conclui que as perspectivas de reversão deste cenário no curto prazo são pequenas. Isto porque o crescimento estimado da economia de 4% este ano ainda será pouco para aquecer o mercado de trabalho, o que colaboraria para melhorar tanto a qualidade das ocupações como os rendimentos. Mas o documento enfatiza que ações sindicais e políticas são tão ou mais importantes para eliminar a discriminação não só das mulheres, mas também de minorias sociais.

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