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Muito dinheiro por nada

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Por Agencia Estado
Atualização:

Com as pontocom ansiosas em anunciar no ano passado, o preço de um comercial de 30 segundos durante o Super Bowl subiu para US$ 2,1 milhões. Em 99, segundo o jornal Advertising Age, era de US$ 1,6 milhões. Arriscando tudo num comercial, a Netpliance.com gastou US$ 3 milhões para mostrar sua marca em 30 segundos. Neste ano, ninguém se lembra deste comercial. As pontocom devem ter concluído que não valia a pena gastar tanto dinheiro de uma vez só. Muitas estão trabalhando a longo prazo para tornar suas marcas conhecidas. E isso pode explicar a ausência delas neste XXXV Super Bowl. Com isso, mais o desaceleramento da economia, a demanda deste ano diminuiu consideravelmente. Para conseguir um preço melhor, muitas companhias - como a Pepsi e a Budweiser - compraram várias unidades de 30 segundos (são quase 60, no total). Em 2000, foram 36 companhias diferentes anunciando durante o jogo. Este ano, serão em torno de 20. A audiência verá, entre outras coisas, chamadas para novos filmes, como "Hannibal", de Ridley Scott (a continuação de O Silêncio dos Inocentes, dirigido por Jonathan Demme, de 1991), e "The Mummy returns", de Stephen Sommers (outra continuação, de A Múmia, de 1999, com o mesmo diretor). No final, as contas vão acusar um aumento modesto sobre o que foi faturado no ano passado. Survivor salvador E esse aumento modesto poderia nem existir, não fosse a estréia do Survivor II, logo depois do jogo. O programa, que inspirou No Limite, da TV Globo, teve altos índices de audiência em sua primeira temporada. Esta segunda parte, filmada na Austrália, está sendo aguardada com ansiedade e "puxa" a audiência, que normalmente diminui no último quarto do jogo (estatisticamente, mais da metade dos Super Bowl foram decididos na primeira metade da partida). "O risco diminui", justifica a vice-presidente de construção de marcas da Credicard. Apesar do interesse diminuir no final da partida, muitas empresas apostam no Super Bowl e aproveitam o evento para lançar novas campanhas, que permanecerão no ar durante muito tempo. "É uma ótima oportunidade para o trabalho novo, diz Dave DeCecco, representante da Pepsi. "Outra boa oportunidade é o Oscar". Os fabricantes do chocolate M&M prometem lançar uma nova variação de um produto que já está no mercado -o tema do comercial foi escolhido em votação pela Internet e só será apresentado nesta ocasião. E se o ano passado foi das pontocom, este ano parece ser da BBDO, agência que está preparando vários comerciais para o Super Bowl, entre eles a Pepsi, a Cingular Wireless, Visa e EDS. Esta última empresa, provedora de soluções globais, tem como slogan "levamos a tecnologia para onde os clientes querem que ela vá". No ano passado, apresentaram um comercial com cowboys tentando domar uma "manada" de gatos para levá-los a Dodge City. Foi um sucesso - o próprio presidente Bill Clinton afirmou ser este o seu comercial favorito. Para este ano, eles repetem a dose: o comercial foi inspirado na corrida de touros pelas ruas de Pamplona, durante a festa de San Fermin. Só que, ao invés de touros, o estouro da boiada será de... esquilos! Os brasileiros, porém, não verão a maioria destes comerciais. Embora o Super Bowl seja transmitido também para o Brasil, os intervalos comerciais serão recheados de propaganda local, com uma ou outra exceção. Mas se o evento máximo do esporte norte-americano pode ser vir de indicador, fica o alerta do diretor de criatividade da Holland Mark: "Os profissionais estão de volta". Volta

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