Mudança de presidente poderia até impactar de forma positiva, diz economista chefe do Santander

Segundo Mauricio Molon, o mercado e o Santander apostam em um candidato reformista para as eleições de 2018

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Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

Uma eventual mudança de presidente pode impactar a atividade do País de forma positiva, neste ano e no próximo, dependendo de como seria feita, acredita o economista chefe do Santander Brasil, Mauricio Molon. Para Molon, se o País passar por essa transição e tiver um governo com apoio ainda maior, o resultado poderia ser positivo para o mercado e para a recuperação da economia.

O presidente Michel Temer ao lado deseus principais ministros e líderes do PMDB Foto: André Dusek/Estadão

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"Se de repente começarmos a criar um consenso, até o segundo semestre, de que tem um Executivo com capacidade, vontade e habilidade para fazer as reformas mais rápido do que se esperava, (a troca de presidente) teria impacto positivo", explicou o economista, durante o último dia do XVI Encontro Santander América Latina, evento organizado pelo banco. "

"Esse tipo de coisa (mudança presidencial) depende de como é feito, qual vai ser o apoio, a diretriz, a fórmula. Então, o que colocamos como mais provável é que seguirá havendo dificuldades para a aprovação de reformas", avaliou ele, durante o último dia do XVI Encontro Santander América Latina, evento organizado pelo banco.

Segundo o economista, o mercado e o Santander apostam em um candidato reformista para as eleições de 2018. Molon afirmou que o mercado precificou a permanência de Temer na Presidência, mas que uma mudança no comando do País não traria "grande instabilidade". "A instabilidade política no Brasil vai atrasar reformas, mas a trabalhista passa esse ano".

De acordo com Molon, a reforma da Previdência deve ficar para após as eleições de 2018. Ele disse que as perspectivas anteriores eram de quem as reformas avançariam de forma rápida, mas que as incertezas políticas pesaram contra. 

"A reforma da Previdência é muito difícil e exige muito consenso. Acredito que o mercado precifica o mesmo que nós que, no momento, parece que não há ambiente político para aprovar a reforma da Previdência com rapidez", destacou Molon, que acredita que a reforma fique para depois das eleições de 2018.

O economista acredita que o mercado trabalha com um entendimento semelhante ao do Santander de que o ambiente político atual não permite um otimismo quanto à aprovação das reformas - apenas a trabalhista. Acrescentou que, por ora, o Santander segue mantendo suas projeções para o desempenho da economia brasileira, que deve crescer 0,7% neste ano e 3,0% em 2018.

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Sobre o ambiente internacional, Molon disse que está melhor do que o previsto. Porém, há cautela e preocupação com o crescimento da China, que pode afetar commodities e também com o ciclo de normalização da política monetária nos Estados Unidos.

*A repórter viajou a convite do Santander Brasil

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