
20 de outubro de 2009 | 17h45
O ex-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, José Múcio, é o mais novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele tomou posse na tarde desta terça-feira, 20, na vaga do ministro Marcos Vilaça, que se aposentou. No seu discurso de posse, Múcio disse que vai trabalhar para "uma boa governança no sentido de orientar e prevenir, no lugar de condenar".
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O decano do TCU, Valmir Campelo, afirmou que José Múcio levará para o TCU a sua experiência no relacionamento com o Judiciário, o Legislativo e o Executivo.
A cerimônia de posse contou com as presenças dos presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do Senado, José Sarney (PMDB-AP), da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e de vários governadores, entre eles José Serra, de São Paulo, e Eduardo Campos, de Pernambuco.
Múcio ingressa no TCU no momento em que aumentam as críticas do presidente ao tribunal. O TCU tem sido alvo de uma ofensiva do governo, que busca "flexibilizar" a fiscalização do tribunal por considerar que há exagero nas decisões do órgão, que recomenda a paralisação de obras federais e a suspensão de pagamentos.
O tribunal é visto por Lula como base de ataque da oposição aos projetos de interesse da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Russeff, à presidência. Na avaliação do governo, o TCU tem feito julgamentos políticos das obras e está "extrapolando" suas funções. Lula ficou particularmente quando o tribunal decidiu suspender 41 obras federais. No pacote estavam 13 projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), menina dos olhos da campanha da petista.
O receio do Planalto, agora, é que o TCU crie mais obstáculos para investimentos considerados fundamentais para impulsionar a candidatura de Dilma, como o PAC e o programa Minha Casa, Minha Vida. Não é só. O governo também aposta no impacto eleitoral da Copa do Mundo de 2014 e até da Olimpíada de 2016. Dos R$ 28,8 bilhões do orçamento previsto para a Olimpíada, um terço corresponde a obras já contratadas, incluindo as do PAC. A ordem é tirar tudo do papel com mais rapidez - como a reforma do Aeroporto do Galeão, no Rio - por causa dos jogos.
Com informações da Agência Brasil
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