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Múcio defende sigilo de dados do presidente

Por Tania Monteiro
Atualização:

O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, respondeu hoje ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que sugeriu que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não age com transparência ao não querer abrir seus dados sigilosos. "Este negócio de dados sigilosos não pertence ao presidente. É uma questão de Estado. Por acaso o presidente Lula é o presidente neste momento. Mas a segurança de Estado pertence ao governo brasileiro. Precisa se ver até onde se vai colocar em risco os nossos visitantes estrangeiros, os governantes que vêm de fora nos visitar. Estas coisas tem de ser analisadas como responsabilidade, porque não é segurança do presidente, mas da instituição". José Múcio enfatizou que o governo "tem absoluta transparência" e a prova disso é que o Portal da Transparência foi criado agora. "Ninguém está duvidando de ninguém. As pessoas querem saber o que está acontecendo e isso é resultado da maturidade política que alcançamos. Desde que seja feito com respeito, sem procurar ferir ninguém, eu acho que estamos no caminho correto". De acordo com ele, "o que pode ser aberto dos presidentes da República vai ser decidido na CPI, para ver o que é possível". Para o ministro das Relações Institucionais, "é preciso ter muito cuidado para a CPI não perder seu caráter investigativo e se transformar num episódio político". Múcio lembrou que "os ministros Jorge Hage (Controladoria-Geral da União) e Paulo Bernardo (Planejamento) já estiveram lá, responderam todas questões, e o depoimento de ambos agradou oposição e governo, porque os dois queriam verdadeiramente que as coisas fossem esclarecidas". Diante disso, afirmou que não havia necessidade de convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. José Múcio negou-se a classificar como irresponsabilidade a decisão do ex-presidente Fernando Henrique de abrir os dados de suas despesas. "Em hipótese nenhuma. Quem sou eu para dizer que um ex-presidente agiu de forma irresponsável. O que temos de ter cuidado é para o componente político não ficar acima do que a responsabilidade do momento exige. Quem é o guardião da segurança, no momento, é o presidente da República que está aqui. A CPI tem responsabilidade. E os parlamentares têm consciência da necessidade de se preservar a segurança da instituição", concluiu.

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