MST quer produzir biodiesel no Pontal do Paranapanema

Assunto foi tema de reunião entre líder do movimento e superintendente do Incra

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Por Agencia Estado
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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) pretende produzir biodiesel em seus assentamentos no Pontal do Paranapanema, região de intensos conflitos agrários localizada no extremo oeste do Estado de São Paulo. O assunto foi tema de uma reunião, realizada na terça-feira, 6, entre o líder do MST, José Rainha, e o superintendente do Incra em São Paulo, Raimundo Pires Silva. Os sem-terra pretendem levantar recursos para o cultivo do pinhão manso - oleaginosa utilizada como matéria-prima do biodiesel - e para a instalação de uma usina processadora, que custaria cerca de R$ 50 milhões. De acordo com Rainha, a proposta é focada na agricultura familiar e busca aumentar a renda dos assentados. "O projeto que apresentamos para o Pontal nos garante uma renda, após três anos do início da produção, de R$ 1,2 mil reais mensais por família", explicou ele após a reunião. De acordo com Pires, as conversas foram de esclarecimento e abordaram as perspectivas do grupo para o projeto. "(Discutimos sobre) como o governo pode ajudá-los, em termos de financiamento e também demos algumas condições para que se desenvolva o biodiesel nos assentamentos", afirmou. Atualmente, o governo federal oferece redução de tributos para usinas de biodiesel que adquirem matéria-prima produzida em assentamentos do MST. Reforma Agrária Durante a reunião, também estava em pauta o ritmo da reforma agrária em regiões como Andradina, Araçatuba e no próprio Pontal do Paranapanema. O superintendente do Incra apontou a lentidão da Justiça como um dos entraves para a aceleração do processo de distribuição de terras na região. "Hoje, nós estamos com mais de 18 áreas com TDA (títulos da dívida agrária) e dinheiro de benfeitorias depositados, mas não temos ainda emissão de posse dessas áreas", disse. O Incra afirma que, desde 2003, disponibilizou R$ 57,4 milhões para a aquisição de terras. O órgão alega ter repassado R$ 10,65 milhões em 2006 para a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo, órgão responsável pela compra dos terrenos, que gastou cerca de R$ 9,8 milhões na aquisição de duas fazendas.

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