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MST pode ter curso em área de floresta

Instituto Chico Mendes veta idéia, mas conselho deu parecer a favor

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

O conselho consultivo da Floresta Nacional de Ipanema (Flona), em Iperó, região de Sorocaba, deu parecer favorável à instalação de um curso especial de agronomia para assentados da reforma agrária na unidade de conservação federal. O curso havia sido vetado pela Coordenadoria de Florestas do Instituto Chico Mendes, órgão superior na hierarquia do Ministério do Meio Ambiente, porque a atividade não está prevista no plano de manejo da Flona. A chefe da unidade de conservação, Fabiana Bertoncini, pediu a reconsideração do veto. "Não é um curso de agronomia comum, mas voltado para a agroecologia e o desenvolvimento sustentável, que tem tudo a ver com a Flona", disse. Técnicos da unidade alertaram para o impacto do aumento na presença de pessoas e veículos no interior da floresta. O curso vai atender 60 integrantes de assentamentos paulistas, ligados, na maioria, ao Movimento dos Sem-Terra (MST). Os movimentos trabalharam pela aprovação do curso na Flona por causa da proximidade dos assentamentos de Iperó e Porto Feliz. Segundo a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o curso terá duração de cinco anos e as aulas serão alternadas com períodos em que os alunos permanecem nos assentamentos. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até o dia 8 no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em São Paulo. Os candidatos têm de comprovar a condição de assentado e passarão por um processo seletivo específico. As aulas começam em 12 de janeiro. O curso, gratuito, será custeado pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Enquanto a área não for liberada, as aulas serão em Iaras, a 250 quilômetros de Iperó. A direção do MST considera o veto "preconceito". O coordenador substituto de Florestas do Instituto Chico Mendes, José Carlos Menezes, informou que prevalece a posição contrária.

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