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MST planeja série de invasões em abril

Por Agencia Estado
Atualização:

O Movimento Sem Terra (MST) está planejando iniciar, em abril, um amplo movimento de invasões e manifestações simultâneas em todo País. Essas atividades marcarão a "Semana Nacional de Luta do MST". "As ocupações serão nossa bandeira nesse ano eleitoral, seja qual for o candidato que iremos apoiar", disse um dos coordenadores nacionais do Movimento, João Paulo Rodrigues. Hoje um grupo do MST subiu o morro da Rocinha, parte das comemorações da "Semana do Meio Ambiente" que o MST está associando à questão da reforma agrária e aproveitando para difundir o movimento nos grandes centros urbanos. O Rio de Janeiro foi escolhido para ser o Estado-âncora desse programa. Estão alojados no Maracanãzinho e no campus da Universidade Estadual do Rio (Uerj) 700 assentados e acampados de 17 Estados, em uma série de eventos relacionados à questão da terra. "Queremos mostrar que nossas ocupações não se restringem à questão da terra como propriedade ou como forma de sustentar nossas famílias, mas como forma de preservar nosso meio ambiente e nossa cultura", declarou José Rainha, um dos coordenadores do MST. Rainha e Rodrigues fizeram uma palestra no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ) abordando a questão da água e a reforma agrária. "Temos que preservar nossos rios também como forma de preservar a terra", disse Rainha. Ambos voltaram a criticar o governo federal em relação à causa, afirmando que o presidente Fernando Henrique Cardoso e demais governos estaduais e municipais jamais tiveram em seus respectivos programas de governo um projeto de reforma agrária. Citando números oficiais , João Paulo Rodrigues afirmou que, enquanto nesses oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso 239 mil famílias foram assentadas, em igual período 940 mil pequenos agricultores abandonaram o campo. "O governo diz que existem R$ 600 milhões destinados à reforma agrária, mas até o momento os trabalhadores não tiveram acesso nem a 50% disso", garante Rodrigues, acrescentando que os trabalhadores rurais continuam em precárias condições de subsistência. Segundo ele, para que um trabalhador do campo possa comprar uma garrafa de refrigerante precisa vender 15 litros de leite, que é negociado por ele a R$ 0,09.

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