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MST ocupa sede do Incra para pressionar liberação de verba

Em Cuiabá, movimento reivindica assentamento de 3.500 famílias, além de auxílio para iniciar produção de alimentos e para habitação; o MTA deve se juntar ao grupo

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocupam desde a manhã de segunda-feira, 26, a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Cuiabá. Eles reivindicam o assentamento de 3.500 famílias em sete áreas já adquiridas pelo Incra e a liberação da verba para o fomento das famílias. Segundo um dos coordenadores do movimento, Vanderly Scarabeli, o Incra não cumpriu o compromisso de assentar 2.300 famílias no ano passado. "Nos últimos quatro anos, apenas 38 famílias pegaram lotes. Se o Incra cumprisse as metas, 50 mil famílias estariam assentadas", disse Scarabeli. A ocupação do Incra é a primeira de 2007. Cada família tem direito a dois fomentos de R$ 2.400 no intervalo de um ano para iniciar a produção de alimentos, e R$ 5 mil para habitação. Até agora, segundo o MST, nenhum valor foi pago. A coordenação do MST em Mato Grosso estende as críticas ao governador Blairo Maggi (PR), cujo foco é o agronegócio. "Sabe-se que o agronegócio aumenta a concentração de terras. Ele (Maggi) se esforça politicamente apenas para facilitar os lucros dos grandes proprietários", alfinetou Scarabeli. Na próxima quinta-feira, 29, cerca de 250 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Acampados e Assentados no Estado de Mato Grosso (MTA) devem se juntar aos sem-terra na sede do Incra. Eles iniciaram uma caminhada na Serra de São Vicente rumo à Cuiabá. Além da pauta em comum, o MTA pede a substituição do superintendente do órgão em Mato Grosso, Leonel Wohlfahrt (PT). O superintendente e a assessoria do Incra não atenderam às ligações da reportagem.

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