PUBLICIDADE

MST ocupa 13 áreas em Pernambuco

Por Agencia Estado
Atualização:

O Movimento dos Sem-Terra (MST) ocupou neste domingo 13 áreas em todo o Estado de Pernambuco dentro da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que se estende até quarta-feira. Segundo informações divulgadas pelo MST, 3,3 mil pessoas participaram das ações em cinco municípios do agreste, quatro do sertão, 3 da zona na mata e um na região metropolitana. A previsão é de mais cinco ocupações nesta segunda-feira. Algumas das terras invadidas deveriam ser vistoriadas ainda neste semestre, segundo o superintendente regional do Incra, Geraldo Eugênio. "Agora o trabalho fica inviabilizado", afirmou ele, com base na Medida Provisória (MP) que impede desapropriação de áreas ocupadas. O líder do movimento, Jaime Amorim, disse apostar no desgaste da MP, "que nunca evitou ocupação?. Segundo ele, ?a ocupação tem a simbologia histórica de mostrar o latifúndio improdutivo que não cumpre seu papel social": "Não vamos abrir mão disso por conta de uma medida inconstitucional". Geraldo Eugênio afirmou que, recentemente, a Medida Provisória foi referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar uma solicitação de parlamentares petistas que questionavam a constitucionalidade da medida. "A MP está mais efetiva do nunca", disse Eugênio. Em uma nota, o MST disse que o objetivo das ocupações é protestar contra instrumentos políticos criados pelo Governo Federal para desmobilizar a reforma agrária, a exemplo do cadastramento via correios, que consideram "uma enganação", a MP, e o fim dos créditos para investimentos, assistência técnica e educação dos assentamentos. Os sem-terra também reclamam maior agilidade nos processos de desapropriação. De acordo com o MST, no ano passado apenas 1,2 mil famílias foram assentadas no Estado, quando a meta do Incra era assentar 3 mil. Geraldo Eugênio rebateu que a expectativa era assentar 2 mil, das quais 1,3 mil foram assentadas. Ele disse que a defasagem se deveu à greve de engenheiros agrônomos do Incra. O MST afirma ter 140 acampamentos em Pernambuco com 15 mil famílias. Na nota, o MST também acusou o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Raul Jungmann de ter desviado R$ 8 milhões de verbas que seriam destinadas a assentamentos para prefeituras da zona da mata Sul que se comprometeram a apoiar sua campanha para deputado federal. Sem dar mais informações sobre a denúncia, Jaime Amorim disse apenas que R$ 6 milhões seriam provenientes de emendas ao Orçamento de parlamentares pernambucanos, e R$ 2 milhões do orçamento do Incra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.