MST fecha estradas e exige terra no Pará

Por Agencia Estado
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Mais de 800 trabalhadores rurais ligados ao MST fecharam rodovias estaduais e federais no Pará nesta segunda-feira para exigir pressa na reforma agrária, desapropriação de terras "griladas", libertação de 38 "presos políticos", novo julgamento dos assassinos de 19 lavradores em Eldorado dos Carajás em 1996, além de cestas básicas para 4.900 famílias. Na Belém-Brasília (BR-010), houve discussão e confronto com motoristas de ônibus e caminhoneiros que tentaram furar um dos bloqueios à altura do município de Santa Isabel do Pará, a 45 km de Belém. Depois de muita confusão e a interferência das polícias Federal e Militar parte da estrada foi liberada. "Chega de esperar pela ação desse governo. Nenhuma família foi assentada até agora no Pará pelo governo Lula", disse a coordenadora do MST no Estado, Constância Albuquerque. O maior bloqueio do MST aconteceu na BR-010 entre os municípios de São Miguel do Guamá e Irituia, a 260 km da capital, onde 400 agricultores sem-terra de seis acampamentos sentaram na estrada e não deixaram ninguém passar. Homens da Polícia Rodoviária Federal orientavam os motoristas a pegar atalhos para evitar confronto. Para fugir do engarrafamento de mais de 4 km, alguns motoristas tiveram de fazer um contorno de 200 km para retomar a Belém-Brasília. Para desocupar a estrada, o MST exige uma negociação com dirigentes dos órgãos fundiários do Estado e do governo federal. A ação coordenada e simultânea do MST também se estendeu ao extremo sul paraense. Em Conceição do Araguaia, na fronteira com Tocantins, a sede do Incra foi ocupada por 150 lavradores. A saída deles foi condicionada à liberação de verbas federais destinadas aos assentamentos da região. O chefe do Incra na cidade, Raimundo Marques, que não está na cidade, foi avisado do protesto e mandou suspender o expediente dos servidores.

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