MST faz passeada em rodovias e cobra reforma agrária

Por TIAGO DÉCIMO E ELDER OGLIARI
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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) iniciaram hoje uma marcha entre as duas maiores cidades da Bahia - Feira de Santana e Salvador - cuja distância é de 110 quilômetros. A caminhada será feita pela BR-324, a mais movimentada do Estado. Segundo a organização, a manifestação tem como objetivos cobrar mais agilidade na reforma agrária no País e cobrar do governo a realização de obras negociadas em manifestações anteriores, como a construção de casas e escolas em 120 assentamentos no Estado.Segundo a direção estadual do MST, 25 mil famílias aguardam conclusão de processos de assentamento na Bahia. Desde o início do mês, integrantes do movimento invadiram 15 fazendas no Estado - e prometem mais 15 invasões até o dia 30. "A marcha também tem o caráter de protesto contra a criminalização dos movimentos sociais e contra a impunidade no campo", afirmou o deputado estadual Valmir Assunção (PT), que integra a marcha. Com ele, estão outras lideranças do partido na Bahia, como o vice-presidente estadual da legenda, Weldes Valeriano.A expectativa é que 5 mil pessoas participem da marcha, que tem previsão de acabar no dia 26. Na programação dos participantes, estão previstas caminhadas pela manhã e atividades culturais - como curso de formação política e exibição de filmes - nos outros períodos.Porto AlegreCentenas de sem-terra marcharam por estradas vicinais no interior do município de São Gabriel, no sudoeste do Rio Grande do Sul, para homenagear o assentado Elton Brum da Silva, morto pela Polícia Militar durante uma desocupação em 21 de agosto de 2009. Os militantes também pediram investimentos do governo federal nos assentamentos da região e a retomada das desapropriações para reforma agrária no Estado.A manifestação fez parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promove no mês de abril para lembrar os 19 sem-terra mortos no massacre de Eldorado de Carajás, em 1996, no Pará. Depois de um ato de homenagem a Elton Brum da Silva, os sem-terra voltaram para seus acampamentos. Não houve incidentes durante a marcha.

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