MST encerra festa de 25 anos e promete acelerar invasões

Líder reafirma insatisfação com política agrária do governo e cobra mais 100 mil famílias assentadas

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Por Wálmaro Paz
Atualização:

O Movimento dos Sem-Terra (MST) encerrou ontem - com promessas de mais invasões em todo o País - o encontro nacional em comemoração aos 25 anos de fundação da entidade, promovido em Sarandi, região noroeste do Rio Grande do Sul. Os governadores do Paraná, Roberto Requião (PMDB), e do Maranhão, Jackson Lago (PDT), além de deputados e senadores, prestigiaram o evento, no assentamento Novo Sarandi, o mais antigo do Estado. A meta do MST é pressionar o governo para que mais 100 mil famílias sejam assentadas nos próximos anos. Uma das coordenadoras nacionais do MST, Marina Santos afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi convidado a enviar representante ao encontro porque o movimento está descontente com a reforma agrária. De acordo com Marina, todas as conquistas obtidas nesse setor até hoje se devem aos esforços e à luta dos integrantes do MST nas últimas duas décadas e meia. Ela destacou, citando números do movimento, que mais de 370 mil famílias sem-terra foram assentadas e mais de 7 milhões de hectares de terras foram destinados à reforma agrária desde a formação do MST. PARTICIPAÇÃO Reunidos desde segunda-feira, os líderes e membros do movimento promoveram diversos debates sobre temas ligados à política agrícola e à reforma agrária. Compareceram cerca de mil integrantes do MST de 24 Estados brasileiros, além de representantes de 30 países, segundo informações divulgadas pelos organizadores A Brigada Militar gaúcha reforçou o policiamento da região, cercando o assentamento e revistando as pessoas que chegavam, além de exigir a lista de passageiros dos ônibus das delegações. O deputado estadual Dionilson Marcon (PT) chegou a subir à tribuna da Assembleia para reclamar do procedimento, que chamou de "constrangedor". Segundo ele, as entradas da fazenda foram fechadas e o local foi vigiado por helicópteros.

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