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MST é multado por desmatar no Paraná

Por Agencia Estado
Atualização:

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) aplicou nesta quinta-feira uma multa de R$ 6 milhões contra o Movimento dos Sem-terra (MST), acusado de fazer um grande desmate na região sul do Paraná. O secretário de Estado do Meio Ambiente, José Antonio Andreguetto, aguardava nesta quinta à noite a chegada dos técnicos do instituto, que tinham viajado para o município de Inácio Martins, onde foi detectado o desmatamento. No local vivem 45 famílias de sem-terra. Andreguetto disse que o proprietário da área, a principio identificado como a madeireira Madeirit, de Guarapuava, também deverá ser multado por não ter avisado antes os órgãos ambientais. De acordo com Andreguetto, foram cortados 10 mil pinheiros de uma das últimas reservas nativas do Estado. No local também havia 1,3 mil metros cúbicos de toras prontas para serem transportadas, além de caminhões e máquinas agrícolas. Segundo Andreguetto, os cortes são dispersos, por isso não havia como precisar a extensão. Calcula-se que pode chegar a quatro mil hectares. O coordenador do MST no Paraná, Roberto Bagio, disse que o Movimento vai contestar a multa. Segundo ele, as famílias garantiram que, quando chegaram ao local, o desmatamento já tinha sido realizado. "Nós temos que ver onde realmente aconteceu", disse. De acordo com Bagio, na fazenda estão 45 famílias, que foram colocadas pelo Incra, em dezembro, dando início a um projeto de assentamento. O proprietário tinha entregue 2,3 mil hectares ao Banco do Estado do Paraná (Banestado) como pagamento de dívida. A área foi repassada ao Incra para realizar o projeto. Bagio disse que a atitude do IAP pode ser parte da "estratégia do governo de denegrir o movimento". Nesta quarta-feira, o MST fez o lançamento da pedra fundamental de um monumento que será colocado na BR-277, próximo a Curitiba, no local onde o assentado Antonio Tavares Pereira, foi morto no ano passado em confronto com a polícia. "Pode ser represália", concluiu.

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