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MST deixa sede do Incra e marcha até Canoas no RS

Cerca de 800 sem-terra marcharam 300 quilômetros contra a expansão das plantações de eucaliptos

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Por Elder Ogliari
Atualização:

Cerca de 800 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que estavam no prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Porto Alegre deixaram o local nesta sexta-feira, 14, depois de dois dias de ocupação. O grupo caminhou 15 quilômetros até Canoas, na região metropolitana, onde vai passar o final de semana em um ginásio cedido pelo Sindicato dos Metalúrgicos. A marcha foi a segunda etapa do percurso de 300 quilômetros em direção à Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul, no noroeste do Rio Grande do Sul. A manifestação percorreu ruas de Porto Alegre e cerca de cinco quilômetros da BR-116, a rodovia mais movimentada do Estado, provocando um congestionamento de dez quilômetros, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Outras duas colunas de sem-terra e pequenos agricultores estão mobilizadas no interior do Estado desde terça-feira e também têm como destino a Fazenda Coqueiros. Uma delas, com 500 pessoas, formou-se em Capão do Leão e está acampada em Pelotas. Outra, também com 500 participantes, já percorreu 40 quilômetros, de Bossoroca a São Luiz Gonzaga, no noroeste do Estado. Os três grupos pretendem passar o final de semana acampados e em atividades como debates sobre a reforma agrária com movimentos comunitários das cidades onde estão. As caminhadas devem ser retomadas na próxima segunda-feira. Hoje, 40 sem-terra doaram sangue ao hemocentro de Pelotas. Os líderes do MST explicam as marchas como gesto de denúncia à sociedade contra a expansão das plantações de eucaliptos em terras que poderiam ser destinadas à produção de alimentos e contra a demora do governo para assentar as 2,5 mil famílias de sem-terra acampadas no Rio Grande do Sul. As manifestações também reivindicam a desapropriação da Fazenda Coqueiros, que tem nove mil hectares e já foi invadida oito vezes desde 2004.

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