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MPF denuncia acusados de matar auditores fiscais

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta segunda-feira à Justiça denúncia contra as oito pessoas indiciadas por envolvimento no assassinato de três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho, em Unaí (MG), no dia 28 de janeiro. A acusação formal foi apresentada ao juiz titular da 9.ª Vara da Justiça Federal, Francisco de Assis Betti, pelos procuradores Mirian Moreira Lima, Mário Alves Medeiros e Edmundo Dias Júnior, que acompanharam a investigação da Polícia Federal (PF). Foram denunciados pelos crimes de homicídio doloso triplamente qualificado e formação de quadrilha o fazendeiro Norberto Mânica (apontado como o mandante da chacina) e outros seis acusados: Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro, Francisco Elder Pinheiro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda. De acordo com a denúncia, Erinaldo Silva e Rogério Alan foram os autores dos tiros que mataram os funcionários. Willian Gomes atuou como motorista da quadrilha e ajudou a desovar o veículo utilizado para os crimes no lago Paranoá, em Brasília. Os três, conforme a acusação dos procuradores, foram arregimentados por Francisco Pinheiro, "um agenciador de pistoleiros da região de Formosa (GO)", que também gerenciou a execução da chacina. Pinheiro, segundo a denúncia, contou com a ajuda de José Alberto de Castro, que agiu a mando do cerealista Hugo Alves Pimenta, este, "testa-de-ferro" de Mânica. Para o MPF, o alvo de Mânica - considerado o maior produtor individual de feijão do País - era o auditor fiscal Nelson José da Silva, lotado na região do noroeste mineiro. E com a sua morte, o fazendeiro pretendia assegurar a execução de vários crimes trabalhistas. Os procuradores citam os autos do inquérito para afirmar que um mês antes dos assassinatos, em dezembro de 2003, Mânica recebeu multas durante uma fiscalização que, somadas, chegavam a R$ 121,9 mil. Segundo o MPF, após a conclusão do inquérito pela PF, os procuradores receberam novas provas contra o fazendeiro e Pimenta. "Apurou-se, entre outros fatos, que uma semana depois do crime, integrantes da família Mânica estiveram em Brasília tentando cercear as investigações. Além disso, uma testemunha se negou a prestar depoimento alegando temor de represálias por parte de Hugo Pimenta". Erinaldo, além de homicídio e formação de quadrilha, vai responder ainda pelo crime de receptação por ter adquirido o veículo furtado utilizado durante a abordagem às vítimas. O oitavo acusado de envolvimento na chacina, Humberto Ribeiro dos Santos, foi denunciado pelos crimes de formação de quadrilha e favorecimento pessoal. Segundo o MPF, sua participação restringiu-se a subtrair alguns dias depois dos crimes a folha do registro de hóspedes do hotel em que Erinaldo e Rogério Alan estiveram hospedados. Ele e William Gomes permanecem detidos na carceragem da PF em Brasília.

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