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MPF: 385 mil assinaturas para criar PSD são suspeitas

Por MARIÂNGELA GALLUCCI
Atualização:

Cerca de 385 mil assinaturas de apoio à criação do PSD são suspeitas, na opinião do Ministério Público Eleitoral. Em parecer encaminhado hoje ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, reafirma que do jeito que está o partido não pode ter registro. Ela diz que apenas 220 mil assinaturas tiveram a autenticidade comprovada. Para criar uma legenda são necessárias pelo menos 482.894 assinaturas de apoio.Advogado do PSD, Admar Gonzaga sustenta que o partido já conseguiu 585.707 assinaturas "fora as que ainda estão chegando". Por causa das supostas irregularidades, Sandra Cureau pede pela terceira vez que o TSE converta o processo em diligência. Se esse pedido não for aceito, ela defende a recusa do registro. A conversão em diligências atrasaria um processo que já está apertado. Para conseguir lançar candidatos na eleição do próximo ano, o PSD tem de estar com o registro e com políticos filiados até o dia 7 de outubro. Isso ocorre porque a legislação eleitoral estabelece que o processo tem de ser concluído com pelo menos um ano de antecedência à eleição que, em 2012, está marcada para 7 de outubro."Não houve o atingimento do número mínimo de apoiamentos para a criação do novo partido, pois somente estão certificadas, na forma da resolução TSE 23.282/2010, 220.305 assinaturas, quando são necessárias 482.894, segundo informações obtidas junto ao sítio eletrônico desse Tribunal Superior Eleitoral", disse.Além das supostas irregularidades na comprovação da autenticidade das assinaturas, inquéritos abertos em São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Distrito Federal apuram suspeitas de fraudes no processo de coleta de apoios para a formação do PSD.Outro episódio que poderá ser investigado foi revelado em recente reportagem do jornal O Estado de S.Paulo. No interior de Tocantins, o partido é suspeito de trocar cestas básicas por assinaturas de apoio à criação da legenda. Conforme a reportagem, as assinaturas teriam sido colhidas sem o consentimento dos eleitores durante distribuição de alimentos.

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