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MPE repatria US$ 1 milhão desviado por Pitta

Os promotores calculam que o ex-prefeito teria outros US$ 60 milhões ocultados em paraísos fiscais

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público Estadual anunciou hoje a repatriação de US$ 1 milhão que Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo (1997-2000), teria enviado para as Ilhas Cayman. O dinheiro - R$ 2,24 milhões ao câmbio de hoje - está depositado em uma conta da Nossa Caixa, à disposição da Justiça paulista. ?É dinheiro desviado dos cofres públicos municipais?, afirmam os promotores Silvio Antonio Marques, Sérgio Turra Sobrane e Saad Mazloum, que acusam Pitta de improbidade administrativa e fraudes contra o Tesouro. ?Esse dinheiro corresponde a uma pequena parte do desvio.? Os promotores calculam que Pitta teria outros US$ 60 milhões ocultados em paraísos fiscais. Eles sustentam que o ex-prefeito é um dos envolvidos em irregularidades nas obras da Avenida Água Espraiada, na zona Sul, pelas quais a Prefeitura desembolsou R$ 796 milhões. Trinta por cento desse montante, calcula o Ministério Público, foram parar em contas secretas de Pitta e de seu antecessor e ex-padrinho político, Paulo Maluf (1993-1996). A pista para localizar o US$ 1 milhão começou a ser seguida em 2002, quando os promotores descobriram a conta Diderot, no Commercial Bank de Nova York. Nicéa Camargo, ex-mulher e acusadora de Pitta, informou que ela também era beneficiária dos valores depositados naquela conta nos Estados Unidos. No entanto, negou que o dinheiro fosse dela. Atendendo a um pedido do Ministério Público, Nicéa autorizou o resgate do dinheiro e a remessa para o Brasil. A autorização da ex-primeira-dama de São Paulo foi levada à juíza Simone Casoretti, da 14ª Vara da Fazenda Pública da Capital, que conduz ação civil contra Pitta, a doleira Rachelle Abadi e as empreiteiras responsáveis pela obra da Água Espraiada. Há cinco meses, todos os acusados estão com os bens indisponíveis por força de medida liminar. O jornalista Antenor Braido, que foi secretário de Comunicação de Pitta, deu esta declaração. ?O ex-prefeito desconhece esse assunto pois não teve acesso à documentação bancária. Ele entende que pode estar sendo alvo de uma ação de adversários que querem prejudicá-lo politicamente ou de uma manobra para desviar a atenção da opinião pública dos recentes escândalos.?

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