MPE denuncia oito pessoas por seqüestro de Olivetto

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Por Agencia Estado
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O Ministério Público Estadual denunciou nesta quinta-feira oito acusados de participar do seqüestro do publicitário Washington Olivetto, que ficou 53 dias em cativeiro, por extorsão mediante seqüestro, tortura e formação de quadrilha. Estão sendo acusados os chilenos Maurício Hernández Norambuena, o Comandante Ramiro, Marco Rodolfo Rodrigues Ortega e Alfredo Augusto Canales Moreno, a argentina Kátia Lopez e os colombianos Marta Uroga e Willian Gaona Becerra, todos já presos. Além deles, foram denunciados Pablo MuÏoz Hoffman e Raúl Julio Escobar Poblete, o Comandante Emilio, ambos foragidos. O promotor Marco Antônio Ferreira Lima, autor da denúncia, pediu à Justiça a decretação da prisão preventiva de todos os acusados e a emissão de mandados de captura contra Hoffman e Poblete. Segundo o promotor, os acusados formaram um bando para extorquir US$ 10 milhões de Olivetto sob o "falso manto" de uma "pseudo e indefinida associação revolucionária". O promotor definiu a participação de cada um no grupo. Norambuena era o líder, e Ortega, o especialista em informática. Becerra cuidava do transporte. Kátia e Marta participavam da locação de imóveis. Moreno era o segundo na hierarquia da quadrilha. A denúncia contém detalhes do crime, como o fato de, no dia seguinte ao seqüestro, o grupo ter enviado à mulher de Olivetto, Patrícia, o relógio do publicitário com um buquê de rosas e um bilhete no qual pedia o resgate. O bando usou motoboys para enviar outros bilhetes, entregues à família com latas de tinta e remédios. Quem negociou o resgate foram os sócios de Olivetto na agência W/Brasil, Gabriel Zellmeister e Javier Ciuret, com a assessoria de "uma empresa inglesa". Eles chegaram a oferecer US$ 4,2 milhões, recusados pelos seqüestradores. Norambuena teria dito aos policiais que o grupo ia libertar Olivetto, mas só depois do tempo necessário para fazer uma "faxina" e sumir com provas que permitissem identificar comparsas. Na denúncia, o promotor afirma que outros seqüestradores devem ser acusados após serem identificados. Ele requisitou a folha de antecedentes dos acusados em seus países - Norambuena, por exemplo, está condenado a duas prisões perpétuas no Chile. O promotor pede na denúncia que o grupo seja processado e condenado no Brasil antes de qualquer extradição. "Criminosos desse quilate devem, antes de suportar qualquer ato extraditório enfrentar a Justiça brasileira." Ele também requereu que seja decretado sigilo no processo, que visitantes dos réus sejam severamente revistados, e os acusados, proibidos de dar entrevistas, além de ficarem separados uns dos outros na prisão.

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