O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) quer ter acesso aos documentos relativos ao encerramento do contrato entre o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) e a consultoria americana Alvarez & Marsal, incluindo os ‘valores envolvidos’ no processo de rompimento.
Em ofício enviado ao ministro Bruno Dantas, do TCU, o procurador Lucas Furtado solicita a obtenção de “toda a documentação” junto à empresa. O objetivo é saber se e quanto Moro ganhou no movimento de deixar a consultoria e voltar ao Brasil para ser candidato à Presidência.
O ex-juiz e ex-ministro foi contratado pela Alvarez & Marsal e se mudou para os Estados Unidos após pedir demissão do Ministério da Justiça na gestão Bolsonaro, em abril de 2020. À época, ele alegou estar abandonando o posto após tentativa de interferência do presidente na Polícia Federal. O episódio é alvo de inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal.
O ofício destaca que o TCU já investiga o vínculo do ex-juiz com a consultoria por suposto conflito de interesse. A empresa é responsável por administrar o processo de recuperação judicial da construtora Odebrecht, alvo da Lava Jato e possivelmente afetada pelas decisões de Moro como juiz da operação.
Furtado solicita no ofício que sejam obtidas, junto ao Conselho Nacional de Justiça, “informações acerca do número de processos de recuperação judicial em que as empresas do grupo Alvarez & Marsal atuaram desde o ano de 2013”.
Procurada, a assessoria de Moro ainda não se manifestou.