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MP pede bloqueio do dinheiro de Maluf em Jersey

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público Estadual (MPE) ingressou hoje, na 6ª Vara da Fazenda Pública, com uma ação de seqüestro de bens, na tentativa de bloquear os supostos depósitos em nome do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) e de familiares dele no paraíso fiscal da Ilha de Jersey, e na Suíça. A ação é baseada na lei da improbidade administrativa, que prevê o pedido de bloqueio dos bens, no Brasil e no exterior, de administradores acusados de enriquecimento durante exercício de função pública. Caso a Justiça acate o pedido, o bloqueio deverá ser solicitado às autoridades de Jersey e da Suíça pelo governo brasileiro. Os familiares de Maluf arrolados na ação são a mulher Sylvia, os filhos Flávio, Lígia e Otávio e a nora Jaqueline. O MPE também pediu o bloqueio dos ativos da empresa Red Ruby que, de acordo com informações da polícia de Jersey, pertenceria a Maluf e familiares. Na avaliação da MPE, se o bloqueio for contestado, será uma confirmação da existência das contas no exterior, o que vem sendo negado por Maluf e familiares. O Ministério Público afirma ter indícios de que os depósitos de Maluf em Jersey estariam entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões. Segundo relatório da polícia financeira suíça, enviado em agosto para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, Maluf manteve contas em bancos suíços até janeiro de 97, quando "transferiu todos os ativos" para Jersey. Em maio de 2000, o detetive-inspetor David Minty, da Financial Crimes Unit - Unidade de Crimes Financeiros - de Jersey já havia informado pessoalmente à presidente do Coaf, Adrienne Senna, que Maluf havia transferido cerca de US$ 100 milhões da Suíça para Jersey. No mês passado, a Procuradoria Geral da Suíça informou ao Ministério Público de São Paulo que havia instaurado inquérito criminal para investigar as movimentações financeiras de Maluf naquele país. Maluf nega que tenha dinheiro em Jersey "ou em qualquer paraíso fiscal".

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