PUBLICIDADE

MP pede absolvição de acusados por falha na P-36

Por Agencia Estado
Atualização:

A tese de falha operacional, apontada em relatório da Agência Nacional de Petróleo (ANP) como a principal causa das explosões na plataforma P-36, em março de 2001, perde força com a decisão do Ministério Público Federal em Campos de pedir à Justiça a absolvição dos três técnicos da Petrobras que supervisionavam a unidade. A estrutura explodiu, matando 11 pessoas, e afundou cinco dias depois, provocando um derramamento de óleo na Bacia de Campos, no Norte Fluminense. Segundo o procurador Eduardo Santos, de Campos, embora, no início do processo, o MP Federal tenha acusado Hélio Galvão de Menezes, Paulo Roberto Viana e Carlos José Maciel Azeredo, as provas contra eles mostraram-se insuficientes no decorrer da investigação. "Não foi possível realizarmos uma perícia a 1.360 metros de profundidade. E, além disso, não encontramos nenhuma prova contundente de autoria. Não podemos condenar ninguém com base em dúvidas", declarou o procurador, autor da ação civil pública. Santos explicou que depoimentos tomados durante a apuração dos fatos reforçaram a decisão do MP de pedir a absolvição dos técnicos da Petrobrás. "Testemunhas afirmaram que eles fizeram o esgotamento da água no tanque de drenagem de emergência mais de uma vez, apontando não ter havido falha na operação, mas, possivelmente, na concepção do projeto da plataforma", observou o procurador. O relatório da ANP, que atribuiu como principal motivo das explosões um problema no fechamento de uma válvula, concluiu ter havido também deficiências de manutenção e de projeto. Neste último caso, considerou incorreto não tratar como área de risco o local onde estava o tanque de drenagem. A defesa dos três técnicos reforça que o acidente foi causado por questões estruturais, já que na coluna de sustentação que explodiu não deveria passar gás. O pedido de absolvição dos técnicos já está nas mãos do juiz Marcelo Luzio, da Justiça Federal em Campos. O Estado tentou contactá-lo, mas ele está viajando. Os supervisores da Petrobrás citados no processo não foram localizados.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.