MP materializa funcionário fantasma de ex-bispo na Loterj

Por Agencia Estado
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Ex-funcionário do Partido Liberal no Rio, Wagner da Silva Corrêa acusou hoje, em depoimento no Ministério Público do Estado, o deputado federal Carlos Aberto Rodrigues (PL-RJ), conhecido como bispo Rodrigues, de empregá-lo como ?fantasma? na Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) e disse que era obrigado a entregar o salário a uma assessora de Rodrigues, no período em que Waldomiro Diniz era presidente do órgão. O parlamentar é ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e foi afastado por seu envolvimento com Waldomiro. Ele contou à promotora Dora Beatriz Wilson da Costa, da 1.ª Central de Inquéritos, que recebia R$ 400 desde 1999 como funcionário do PL e foi contratado como ?assistente? na Loterj em junho de 2001 com salário de R$ 1.700,00, mas continuou trabalhando na sede do partido em Benfica. De acordo com o depoimento, ele era obrigado a entregar o salário integral, que recebia por meio de uma conta no Banco Itaú, a uma assessora de Rodrigues no PL, que lhe repassava os R$ 400. Ou seja: o pagamento do funcionário do PL passou a ser feito pela Loterj e ainda sobravam R$ 1.300, segundo a acusação. O esquema teria ocorrido até outubro de 2002. A promotora disse que vai ouvir pelo menos outros dois funcionários contratados no período em que Diniz comandava a Loterj. Procurado pela reportagem, Rodrigues, afastado da Igreja Universal há duas semanas, não retornou as ligações. ?Em tese, vamos cair no mesmo ponto de outras investigações: o rombo na Loterj no período em que Waldomiro Diniz ocupava a presidência do órgão. O uso de funcionários-fantasma pode ter sido mais uma forma de tirar dinheiro da Loterj?, disse a promotora. ?Já encaminhei notificação ao deputado Rodrigues e a outras pessoas citadas no depoimento. Quero ouvi-lo na na próxima semana.? De acordo com a promotora, se for comprovada a eventual participação de funcionário público, fica configurado crime de peculato. O ex-funcionário também acusou o pastor João Domingos, que foi subsecretário do Gabinete Civil do ex-governador Anthony Garotinho, de participar do suposto esquema. Domingos também não foi localizado.

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