O Ministério Público do Rio entrou com uma ação contra os ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus por improbidade administrativa (má gestão pública) durante a gestão dos dois. A assessoria do órgão confirmou ao estadao.com.br que há suspeita de envolvimento do casal na Operação Pecado Capital, que investiga esquema de desvio de verbas públicas da Secretaria da Saúde. A ação da Polícia Federal prendeu na última terça-feira o ex-secretário de Saúde da gestão de Rosinha Matheus (PMDB), Gilson Cantarino. A assessoria do casal nega qualquer irregularidade e disse ao estadao.com.br que tudo que foi feito durante a gestão de ambos foi "dentro da lei". Eles agiram dentro da legalidade. E se for comprovado que aqueles que foram presos forem culpados, que sejam punidos", disse. A acusação atribuída especificamente a Cantarino ainda não foi detalhada. Segundo o MP, a quadrilha agiu em 2005 e 2006, quando teria desviado aproximadamente R$ 60 milhões que seriam destinados ao projeto "Saúde em Movimento". Na terça, o MP divulgou que 6 dos 14 mandados de prisão preventiva expedidos pela 21.ª Vara Criminal já foram cumpridos. Também estão confirmadas as prisões da ex-subsecretária de Assistência em Saúde Alcione Athayde - ex-deputada federal e prima do ex-governador Anthony Garotinho -, e de Itamar Guerreiro, ex-assessor de Garotinho na época em que ele foi secretário de Segurança, no governo de Rosinha. De acordo com dados da investigação, em 2005 e 2006, o total enviado ao "Saúde em Movimento", pela Secretaria Estadual de Saúde, foi de R$ 234 milhões e 45 mil. A PROCEFET, à qual cabia originariamente a execução do contrato, repassou 98% desse montante para as ONGs Alternativa Social e Projeto Filipenses - Manutenção de Resultados, por meio de subcontratações. A quadrilha mantinha um escritório na Avenida Rio Branco, onde os representantes das ONGs recebiam pagamentos de R$ 300 a R$ 900. Os valores correspondentes à diferença entre os recursos sacados da agência e os efetivamente repassados aos representantes das ONGs têm fim ignorado. (Com Fabiana Cimieri, de O Estado de S.Paulo)