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MP denuncia militantes petistas no RS

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério Público denunciou à Justiça dez pessoas, a maioria vinculada ao PT, que teriam forjado declarações de empréstimos, no valor total de R$ 32 mil, ao Clube de Seguros da Cidadania, entidade que comprou o prédio onde até a semana passada funcionava a sede do partido no Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, decidiu arquivar o processo por falso testemunho contra sete pessoas, inclusive o filho do governador Olívio Dutra, Espartaco Dutra, por entender que não há evidências de que os recibos de doações feitas por elas sejam falsos. Entre os denunciados pelo MP estão o presidente do Clube, Diógenes de Oliveira, um candidato a deputado estadual pelo PT, José Jorge Rodrigues Branco, o ex-secretário da Indústria e Comércio de Porto Alegre Cézar Alvarez e o presidente da Junta Comercial do Estado, Waldir Bronzatto. Os outros seis são militantes ou pessoas próximas ao partido: José Carlos Ferreira dos Reis, Maria Angela Fachini, Leonilse Guimarães, Ana Ruth Mendes da Fonseca, Gilberto Lang e Silvio Luiz Santos da Silva. O relatório da CPI da Segurança Pública da Assembléia Legislativa gaúcha, aprovado em novembro do ano passado, acusou Diógenes de Oliveira, presidente do Clube, de usar recursos doados à campanha política do PT e de convencer correligionários a emitir declarações falsas de que teriam emprestado dinheiro para a aquisição do edifício, cedido em regime de comodato ao partido. O Ministério Público entendeu que a elaboração dos documentos durante o ano passado, três anos depois dos supostos empréstimos, é indício suficiente para que os acusados respondam a processo por falsidade ideológica e remeteu a denúncia à 6ª Vara Criminal de Porto Alegre. ?Há evidência de simulação das declarações?, disse o promotor de Justiça Altamir Francisco Arroque, do MP. Já os recibos de doações são da época, sem indícios de que tenham sido forjados. ?Não há provas suficientes para processar esses doadores?, observou Arroque. Quando a CPI lançou suspeitas sobre a origem do dinheiro que permitiu ao clube comprar a sede que cedeu ao partido, o PT decidiu deixar o prédio. Conseguiu fazer isso quase meio ano depois, na semana passada, quando se mudou para um prédio adquirido com recursos próprios, saídos de uma campanha de arrecadação entre os filiados. A sede antiga foi repassada pelo clube aos movimentos que fazem parte da Via Campesina (MST, MPA, MAB e MMTR, entre outros). Durante a CPI, o governo foi acusado de receber dinheiro do jogo do bicho e, em sua defesa, disse que a denúncia seria uma armação da ?banda podre? da polícia que, preocupada com a possível perda de propinas que cobrava da contravenção, tentava desacreditar a Secretaria da Justiça e Segurança. Na semana passada uma decisão do Ministério Público deu ao governo a sensação de que começou a reverter o jogo. Como resultado das investigações que fez, o MP ofereceu denúncia que resultou na prisão do delegado Alexandre Vieira e no indiciamento de outro delegado, Abilio Pereira. Outros policiais, cujos nomes não foram divulgados, também fariam parte do esquema. O mesmo inquérito concluiu que 18 banqueiros do jogo do bicho participam do pagamento de propinas a delegados e a policiais para manter seus negócios intocados.

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