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Movimentos armam invasão a universidades federais

Jornada em defesa do ensino público reúne do MST à Gaviões da Fiel

Por Roldão Arruda
Atualização:

As universidades públicas do País devem ser invadidas nesta semana por grupos de sem-terra, movimentos de mulheres e representantes de centrais sindicais. Unidos a entidades estudantis e associações de professores, eles vão participar de uma jornada de lutas pela defesa do ensino público - que prevê ocupações de edifícios e marchas. A jornada é mais uma tentativa de movimentos sociais e centrais sindicais de pôr em pé uma frente cujo objetivo é puxar para a esquerda o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira tentativa ocorreu em maio, quando Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, uniu-se a entidades do PSTU e do PSOL, além de movimentos sociais, para uma jornada contra a política econômica do governo e as reformas previstas nas áreas trabalhista e sindical. Dessa vez a manifestação é puxada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), cuja diretoria mantém vínculos com o PC do B, e pela Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes), mais próxima do PSTU. Estão previstas manifestações em 18 Estados, especialmente São Paulo, Minas e Rio. Na quarta-feira, deverão ocorrer atos públicos nas principais capitais do País. A jornada foi acertada em torno de um documento com 18 recomendações para a melhoria da educação pública. Os dois primeiros falam em erradicação do analfabetismo e "fim do vestibular e dos processos excludentes de seleção para o ingresso" em universidades. O documento também ataca o que chama de "privatização do ensino público e dos hospitais universitários, seja por meio das fundações privadas, seja pela aprovação do projeto de criação de fundações estatais". Por outro lado, defende a "ampliação do investimento público da educação pública para no mínimo 7% do PIB" e a "autonomia das universidades frente às ingerências de governos e mantenedoras". Este último item remete à recente ocupação do prédio da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP), que teve início contra uma possível ingerência do governo do tucano José Serra nos assuntos internos da escola e acabou estendendo-se por 53 dias. Essa ocupação foi um dos fatores de inspiração para a jornada atual, que acontece entre segunda e sexta-feira. Entre as entidades signatárias do documento com 18 pontos, estão o Movimento dos Sem-Terra (MST), Via Campesina, Gaviões da Fiel, Intersindical (ligada ao PSOL), Conlutas (do PSTU), Via Campesina, Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), Marcha Mundial de Mulheres, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores e União Estadual de Estudantes de São Paulo.

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