Mortes por aids caem 50%

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Por Agencia Estado
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O número anual de mortes em decorrência da aids caiu 50% entre 1995 e 1999 no Brasil, mas o número de infectados pelo vírus HIV já ultrapassou a marca de 200 mil, com 203.353 notificações até dezembro do ano passado. Em 1995, 15.156 pessoas morreram por causa da doença. Em 1999, foram 10.281. Desde 1980, o total de óbitos já supera 100 mil. Os dados foram divulgados hoje pelo ministro da Saúde, José Serra, que considerou a redução da mortalidade o fato "mais animador" da última edição do Boletim Epidemiológico sobre Aids. Atribuída aos efeitos da distribuição do coquetel antiaids, a queda teve variações regionais. O Sudeste, que concentra quase 70% dos doentes, apresentou a maior diminuição - aproximadamente 79% no período - enquanto o Sul teve a menor: apenas 5%. O balanço foi feito com base no Sistema de Informação sobre Mortalidade e aponta redução de mortes entre os homens (71%) quase duas vezes maior do que entre as mulheres (37%). Para Serra, o motivo disso é a "baixa percepção do risco da doença" por parte do público feminino. Isso levaria as mulheres a relaxar na prevenção, além de não prestar atenção aos sintomas do infecção e só procurar os serviços de saúde com a doença em estágio avançado. Mulheres cujos companheiros são usuários de drogas injetáveis estão entre as mais atingidas pela doença, segundo técnicos do ministério. O número de novos casos entre os homens vem caindo, em média, 1,68% ao ano, mas não pára de crescer entre as mulheres - em média 11,18% ao ano. O ministro lembrou que o governo investe na distribuição de preservativos femininos e em campanhas específicas para as mulheres. Anunciou ainda a disposição de mobilizar uma força-tarefa na Região Sul, com a participação dos governos estaduais e municipais, para incentivar programas de prevenção e acompanhamento da doença. Os municípios com maior incidência de aids são Itajaí (SC), com 143,4 casos por 100 mil habitantes, e o Balneário de Camboriú (SC), com 134,1 casos por 100 mil habitantes. Porto Alegre aparece em terceiro lugar nas duas relações: são 6.817 casos, o equivalente a 79,9 por 100 mil habitantes. Serra assinou convênio com dez laboratórios públicos que vão receber R$ 17 milhões para aumentar a produção de remédios para atenção básica. Segundo ele, serão beneficiados cerca de 70 milhões de pessoas.

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