Mortes no Rio por dengue chegam a 87 em mais de 93.000 casos

Por PEDRO FONSECA
Atualização:

A epidemia de dengue no Estado do Rio de Janeiro já matou 87 pessoas neste ano, número próximo ao recorde de 91 vítimas fatais do mosquito "Aedes aegypti" registrado em 2002, informou a Secretaria Estadual de Saúde nesta quarta-feira. Os dados oficiais indicam ainda que outros 91 óbitos registrados podem ter relação com a doença. Desde o início do ano, foram notificados pela Secretaria Estadual de Saúde 93.398 casos da doença, mais de metade deles na capital fluminense, onde 53.789 pessoas foram contaminadas. Das 87 mortes confirmadas, 52 aconteceram na cidade do Rio de Janeiro. O mais recente relatório semanal divulgado pela secretaria revela um aumento de sete mortes e quase 18 mil casos registrados nas estatísticas em relação ao período anterior. Depois da capital, os municípios mais atingidos pela epidemia de dengue são Angra dos Reis (6.090 casos), Nova Iguaçu (5.475) e Campos (4.106). De acordo com a secretaria, o aumento de notificações não significa um crescimento recente no número de casos, uma vez que "os casos e os óbitos levam um tempo para serem oficializados", segundo uma funcionária da entidade. A pior epidemia de dengue no Rio de Janeiro aconteceu há seis anos, quando foram registrados mais de 288.000 casos na cidade durante todo o ano, com 91 óbitos. Desta vez, entretanto, a letalidade proporcional da doença é bem maior. Em todo o ano passado, 66.553 pessoas contraíram dengue no Estado do Rio, com 31 óbitos. Na capital, os 53.789 casos deste ano superam em muito os 25.107 do ano passado, quando 26 pessoas morreram no ano inteiro. De acordo com especialistas, a maior gravidade da doença acontece porque agora o vírus está sendo disseminado no tipo 2, que pode provocar a letal dengue hemorrágica. Entre as medidas emergenciais adotadas pelas autoridades para tentar conter a epidemia está a instalação de hospitais de campanha das Forças Armadas, o uso de tendas de hidratação e o envio de homens do Exército e do Corpo de Bombeiros às ruas para combater focos de reprodução do transmissor da doença. As autoridades fluminenses esperam que, além dessas medidas, a queda de temperatura nas próximas semanas, depois de um verão quente e úmido, ajude a conter a epidemia. Em 2002, os casos caíram abruptamente a partir de abril. Enquanto março teve 99.861 casos notificados, em abril o número caiu para 31.642, e em maio foram 7.208.

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