Morre o médico e político Sérgio Arouca

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Por Agencia Estado
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O médico sanitarista Sérgio Arouca, ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e atual secretário de gestão participativa do Ministério da Saúde, morreu no fim da tarde deste sábado, de câncer, em casa. Ele ia completar 62 anos no dia 20 de setembro deste ano e estava afastado do trabalho há dois meses devido à doença, diagnosticada há cerca de um ano. Arouca era casado com a médica sanitarista Lúcia Souto, e tinha quatro filhos, de dois casamentos anteriores. Nascido em Ribeirão Preto e formado em medicina na unidade da Universidade de São Paulo daquela cidade paulista, ele foi ligado ao Partido Comunista Brasileiro desde os anos 60 e sempre se voltou para as questões da saúde pública. Perseguido pelos governos militares, viveu em Cuba e Nicarágua, onde estudou e ajudou a formular as políticas públicas para o setor. Com a redemocraticação, em 1985, tornou-se presidente da Fiocruz e reintegrou os cientistas cassados pela ditadura no episódio que ficara conhecido como O Massacre de Manguinhos (referência ao nome do castelo onde funciona a instituição). Também nos anos 80, Arouca foi secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, no governo de Moreira Franco. Ainda na Fiocruz, foi um dos articuladores do capítulo referente à saúde da Constituição de 1988, que criou o Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1989, desligou-se da fundação para ser candidatoa vice-presidente na chapa do PCB, então encabeçada por Roberto Freire. Depois, foi deputado federal pelo Estado do Rio durante duas legislaturas e secretário Municipal de Saúde no início do atual governo de César Maia. Além da participação política, Arouca tinha farta produção científica, sempre voltada para o tema da saúde pública e do sanitarismo. Seu corpo deverá ser cremado na terça-feira, no cemitério do Caju, na zona norte, mas o velório está marcado para esta segunda a partir das 8h30m, na sede da Fiocruz, em Manguinhos, que pela primeira vez se abre para uma homenagem póstuma.

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