Morre o historiador e folclorista Waldeloir Rego

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Por Agencia Estado
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O etnólogo, historiador e folclorista baiano Waldeloir Rego, de 71 anos, morreu hoje de parada cardíaca. Ele estava internado há 15 dias no hospital Santa Isabel, em Salvador. Rego foi uma dos maiores estudiosos do culto afro e das suas relações com o catolicismo, sincretismo que foi a base da formação religiosa do povo baiano. O corpo do etnólogo foi sepultado no final da tarde, no cemitério Campo Santo. Iniciado no Candomblé, Waldeloir era ogã (espécie de mestre-de-cerimônia) do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais famosos da Bahia, comandado por mãe Stella de Oxóssi. Ele pesquisou a história de vários terreiros de Salvador, particularmente o Afonjá e o do Gantois, que foi comandado pela mãe-de-santo mais famosa da Bahia, Menininha do Gantois. Também estudou a história do Mosteiro de São Bento de Salvador (fundado no século 16), por causa da aproximação com o culto afro, promovida pelo abade dom Timóteo Amoroso a partir da década de 60. Como resultado dessa aproximação, vários elementos da cultura africana foram incorporados à missa católica. Nos últimos anos, Waldeloir vinha se dedicando a pesquisar a vida do historiador e artista plástico Manuel Querino, que tentou identificar no século 19 os principais pintores e escultores baianos de todos os tempos. O projeto contava com o apoio do diretor da Pinacoteca de São Paulo, Emanoel Araújo, amigo de Waldeloir. O etnólogo não conseguiu publicar o trabalho.

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