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Morre general que tentou ser presidente na ditadura

Por Agencia Estado
Atualização:

Morreu na terça-feira, no Rio, o general Euler Bentes Monteiro. Ele faleceu em sua casa, em Copacabana. O militar teve participação no movimento que encerrou o governo de Getúlio Vargas, na década de 40. No fim da década de 70, fez oposição à candidatura de João Baptista Figueiredo, pelo então MDB. Ele nasceu em 1917, no Rio de Janeiro. Filho do general José Bentes Monteiro e de Olga Rodrigues do Nascimento, casou-se com Maria José Paes Bentes, com quem teve dois filhos. Formou-se em engenharia, mas seguiu a carreira militar, como o pai. Quando foi para a reserva, na década de 60, assumiu a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), sua primeira ?incursão? verdadeiramente política. Até então, a imprensa retratava o general como um homem calado, avesso a aparições, que nunca concedia entrevistas. Quando seu nome começou a ser cogitado para a candidatura à Presidência, o general mudou de atitude e tornou-se mais acessível. Sua estréia como candidato foi tumultuada, marcada por inúmeros boatos de renúncia. Monteiro e seu vice, Paulo Brossard, foram derrotados no colégio eleitoral por 335 votos a 226. Já no governo Figueiredo, o general foi signatário do manifesto "Em Defesa da Nação Ameaçada", que pedia uma ?ação decisiva para a recuperação do comando do destino do País e para a reconquista da identidade nacional?. Assinavam o documento, ao lado dele, o escritor Ariano Suassuna, Barbosa Lima Sobrinho, Fernando Henrique Cardoso, entre outros. Por essa manifestação pública, o general foi repreendido pelo Exército. O corpo dele foi enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio. A missa de sétimo dia será realizada na segunda-feira, às 12 horas, na Igreja Nossa Senhora de Copacabana.

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