Morre aos 76 anos o jornalista Jorge Honório Ferreira Neto

Honório foi repórter do Estadão nas décadas de 1970 e 80; era um dos maiores especialistas sobre o mercado de aviação civil do País

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Aos 76 anos, faleceu neste sábado, 20, em Brasília, o jornalista Jorge Honório Ferreira Neto. Jorge Honório foi repórter do Estadão e do Jornal da Tarde nos anos 1970 e 80, quando se destacou na cobertura da Aeronáutica e da Marinha. Tornou-se, ao longo da carreira como repórter e, depois, assessor de imprensa, um dos maiores especialistas no mercado de aviação civil do País. Jorge Honório teve uma parada cardíaca após longa internação para tratar de infecções depois de uma cirurgia na coluna. Ele deixa três filhos, René, Raquel e Luís Felipe, e três netas, Carolina, Marina e Maria Luísa. 

Honório chegou a Brasília nos anos 1960. Seu pai, Getúlio Honório, era um dos pioneiros que contribuíram para a construção da Capital Federal. Antes de iniciar a carreira como jornalista, foi operador de Telex - sistema de comunicação à distância da época - no Estadão

O jornalistaJorge Honório Ferreira Neto, falecido neste sábado, 20, aos 76 anos; ele deixa três filhos e três netas. Foto: Arquivo pessoal

PUBLICIDADE

Como repórter, se notabilizou por ser um dos pioneiros na coberturados ministérios militares. Gostava de produzir perfis e reportagens de fôlego. Por um período menor, cobriu o Palácio do Planalto. Em meio à ditadura militar - e a dificuldade de obter informações de bastidores -, era visto por colegas como hábil ao cativar fontes importantes no Poder. 

Em março de 1978, por exemplo, contou como o então presidente Ernesto Geisel omitiu, em seu comunicado enviado ao Congresso, uma crise política e militar provocada pela demissão do então ministro Sylvio Frota, em razão de posições antagônicas a respeito da abertura política e transição para um governo civil. 

Matéria publicada no Estadão em 1987. Foto: Acervo Estadão

Em 1987, foi enviado especial do Grupo Estado - que então publicava o Estadão e o Jornal da Tarde - para cobrir o maior acidente radiológico da história brasileira, em Goiás, quando dois catadores de material reciclável encontraram um aparelho de uma clínica de radiologia em um prédio abandonado, venderam para um ferro velho, que abriu uma cápsula que continha cesio-137 - extremamente radioativo. O acidente deixou gerações de vítimas intoxicadas. Honório deu furos de reportagem sobre as investigações e também relatou a tragédia das famílias atingidas pelo vazamento. 

Nos anos 1990, deixou de ser repórter, mas não abandonou as páginas dos jornais, que, a partir de então, passaram a registrar suas declarações como diretor de comunicação da companhia aérea Transbrasil. À época, acompanhou a operação do primeiro Boeing 767 no Brasil. 

Matéria assinada por Honório em 1978 no Estadão. Foto: Acervo Estadão

Como assessor, continuou a ser visto como um amigo por antigos colegas das redações. Era tido como fonte essencial para bastidores do que acontecia no meio político e, também, no lado operacional da Força Aérea. Era um dos profissionais mais bem informados sobre os bastidores do setor aéreo, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) às companhias aéreas. 

Publicidade

O velório de Jorge Honório acontece neste domingo, 21, no Cemitério da Boa Esperança, em Brasília.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.